Quem é você?



Cam, pai de Canaã, viu a nudez do pai e foi contar aos dois irmãos que estavam do lado de fora.
Gn. 9:22

Noé embriaga-se e fica nu. Ao ver sua nudez, seu filho Cam sai a contar a seus irmãos. O ato de Cam expunha seu pai, diminuindo sua credibilidade e autoridade. Os outros irmãos, Sem e Jafé, tratam logo de cobrir a nudez de Noé. Interessante a postura deles, eles vão até Noé de costas, com os rostos desviados para não contemplarem a nudez do pai.

O pecado de Noé (embriagar-se) o deixou exposto (nu). Pecados sempre nos deixam expostos, nos deixam nus. A vergonha da nudez exemplifica bem o estado que ficamos ao serem revelados nossas fragilidades, nossos pecados, nossos erros.

A questão é que ainda existe muita gente como Cam, ávidos por exporem a nudez de seus irmãos. Seja pelas redes sociais, seja de porta em porta, existem aqueles que tem prazer em contar aos outros sobre a nudez de alguém, falando de suas limitações, falando de seus tropeços, falando de suas vergonhas.

Mas Deus quer levantar homens e mulheres com capas nas mãos, dispostos a andarem de costas, com rostos desviados da nudez de seu semelhante na intenção de cobri-la. Gente que cuida, não que expõe...

Seja sincero: Quem é você, o que expõe ou o que cobre a nudez de seu irmão? Cobrir a nudez nada tem a ver com compactuar com pecado. Tão somente é não se assentar em um lugar que não é nosso: o lugar de juízes.

Construtores de pontes...



Em lugar de teus pais será a teus filhos que farás príncipes sobre toda a terra. Sl. 45:16.

Eu não sei se essa é a palavra que a maioria de nós gostaria de ouvir do Senhor. Passamos muito tempo nos dedicando aos estudos, a formação profissional, somos muitas vezes estimulados a sermos os melhores. Brasileiro então já nasce ouvindo que segundo lugar não presta para nada, não deve ser considerado. Comemoração? Só estiver no lugar mais alto de um pódio. Essa realidade nos leva a desejar ser o cabeça, o Rei ou rainha...

Mas Deus sinaliza a nós, que temos uma tarefa bem mais nobre: aplanar caminhos para que outros trilhem. É isso que o Senhor fala sobre os filhos no Sl. 127.4, que os filhos são como flecha no alforje do guerreiro. A flecha chega onde o arqueiro não poderá chegar. Nossos filhos, carnais ou espirituais, chegarão onde nós não conseguiremos chegar. Isso te alegra ou te frustra?

Existem aqueles que passam a vida almejando tronos. E existem aqueles que gastam suas vidas trabalhando para construir um legado que possibilite que outros sejam coroados. Deveria ser alegria para nós construir legados que facilitem a vida dos que virão depois de nós. Já passou por cima de alguma ponte? Pois saiba que nem sempre ela esteve lá... Alguém projetou e muitos a construíram. Já construiu alguma ponte? Então mãos a obra. Existe alguém no futuro que passará por ela!

Ou tudo novo ou tudo velho...



E ninguém, depois de beber o vinho velho, prefere o novo, pois diz: ‘O vinho velho é melhor”. Lc. 5:39

Já teve uma camisa que lhe caiu tão bem, que mesmo depois dela ter envelhecido, puído, manchado, nada lhe fez abrir mão dela? Uma mãe, um cônjuge briga, nos presenteia com outra, mas nos insistimos em usar aquela...

Gostar da camisa antiga não é problema, mas agarrar-se a ela sem considerar a possibilidade de usar uma nova, sim. Os fariseus criticavam a Jesus porque Ele representava uma novidade que eles não queriam viver. Agarrados a um sistema antigo e a uma forma cúltica que havia colocado a vida em segundo plano, eles pensavam que nada poderia mudar. Não somos assim muitas vezes?

O fundador da Igreja Hillsong, Brian Houston diz que: “A mensagem de Jesus Cristo é eterna, sendo tão relevante hoje como era há dois mil anos. No entanto, o desafio para todos nós é este: Como garantir que esta geração ouça a mensagem de forma relevante em meio as milhares de outras vozes que disputam sua atenção?” Se juntasse minha pergunta da camisa a fala dele, diria: O corpo é o mesmo, mas a camisa pode ser trocada...

A fala de Jesus era na verdade uma denúncia, um alerta. Muitos estavam tão focados ao vinho velho, que nem consideravam a possibilidade de existir um novo. Tradições são importantes, mas tradicionalismo engessa. Que o Senhor nos livre de estarmos agarrados a tradicionalismos mortos, desprezando o novo que Deus quer realizar!

Boas Árvores

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Nenhuma árvore boa dá fruto ruim, nenhuma árvore ruim dá fruto bom.”
Lc. 6.43

Já ouviu aquela expressão: O que é que tem, todo mundo faz? Usamos essa expressão quando queremos justificar algumas posturas com a prática da maioria. E, é verdade que as vezes, não temos interesse de “remar contra a maré” e acabamos por fazer conforme a maioria faz mesmo.

Um dia, Deus chateou-se tanto com os homens que resolveu destruí-los e recomeçar. Ao olhar para terra, viu a esmagadora maioria vivendo dissolutamente, mas achou um diferente. Diz a Bíblia que Noé era um homem justo e íntegro. Que coisa tremenda, no meio daquela confusão, havia alguém vivendo de forma diferenciada!

Não há justificativa, nós sempre teremos a possibilidade de dizer não ao pecado, não a um padrão de vida que desagrade a Deus. Ter uma identidade em Deus é, em muitos momentos, ser capaz de discordar da maioria. Foi assim com Daniel e seus amigos, que estando na Babilônia, decidiu firmemente em seu coração não se contaminar com as iguarias do rei, nem com o vinho ele bebia (Dn. 1.8)

Uma árvore boa, pode estar plantada em meio a árvores ruins, mas ela continuará a dar bons frutos. Não somos frutos do meio, somos frutos do sonho de Deus! Avalie sua caminha e gere frutos dignos de arrependimento!