A força de um Propósito



João Batista nos ensina com clareza o que é viver um propósito. Ele foi o primeiro a ter uma revelação clara a cerca de Jesus “No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. (Jo. 1.29). Porém não tornou-se um dos 12. Sua função era outra. Quando entendemos nosso lugar no Reino evitamos muitas frustrações e constrangimentos. Seria muito obvio para nós chamarmos João como um dos 12. Ele entendeu rápido, não seria preciso explicar, ele estava ali, pronto...

Existem propósitos que são universais, para todos nós. Por exemplo: Ser benção. O Senhor disse a Abraão: “se tu uma benção”; Pregar o Evangelho. Jesus ordenou: “Ide por todo o mundo...”.

Mas existem os propósitos que são específicos para cada um de nós. Por isso não recebemos por exemplo,  todos os dons, mas aqueles que terão em nós um “fim proveitoso”: “Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil.
Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; E a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; E a outro a operação de maravilhas; e a outro a profecia; e a outro o dom de discernir os espíritos; e a outro a variedade de línguas; e a  outro a interpretação das línguas. Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer
”. 1 Coríntios 12:7-11.  Ou seja, aqueles dons que se encaixarão dentro do propósito que nos está definido.

Também não somos iguais em nossas funções no corpo: “Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também. Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um espírito.Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos. Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do corpo; não será por isso do corpo? E se a orelha disser: Porque não sou olho não sou do corpo; não será por isso do corpo? Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde estaria o olfato? Mas agora Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis. E, se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo? Assim, pois, há muitos membros, mas um corpo. E o olho não pode dizer à mão: Não tenho necessidade de ti; nem ainda a cabeça aos pés: Não tenho necessidade de vós”. (ICo. 12. 12-21)

Assim também não recebemos o mesmo chamado: “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores,Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo”.  (ef. 4.11). O chamado vem para nós dentro de um plano de Deus para implantação de seu Reino.


Como identificar o propósito de Deus para mim?

É bom perceber que o propósito surgirá naturalmente. Nenhuma mangueira entra em crise para saber que fruto ela deve gerar. Nós naturalmente vamos percebendo aquilo que recebemos do Senhor, que fazemos com alegria e onde frutificamos no Reino.

3 pontos para identificar o propósito:

·         Aquilo que me traz realização;
·         A comunidade reconhece;
·         Os frutos são palpáveis.

Como lidar com o propósito

Mantendo o foco - “Não era ele a luz, mas para que testificasse da luz”.  (vers. 8)

O foco para João era saber que “ele não era a luz”. Se desviarmos o foco, se esquecermos o cerne do nosso chamado, vamos ter problemas.

Sendo aperfeiçoados -  “E o menino crescia, e se robustecia em espírito. E esteve nos desertos até ao dia em que havia de mostrar-se a Israel”. (Lc. 1.80)
João não surgiu do nada, Ele foi se preparando no deserto, até a hora de se apresentar. Eu preciso crescer naquilo que Deus me chamou pra fazer. Eu preciso buscar conhecimento, graça, excelência...

Tendo uma postura compatível

Paulo declara em II Tm 4.7: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé”. Aqui ele apresenta posturas fundamentais para quem quer avançar no propósito:

Combateu o bom combate – idéia de nós precisamos estar prontos para adversidades.

Acabou a carreira. - Cumprir um propósito exigirá de nós resistência, perseverança, disposição. Completar a carreira fala de constância, de alguém que não vive de altos e baixos, mas que avança.

Guardar a fé fala de estrutura, de fundamentos, de uma casa edificada sobre a rocha.

Como cumprir o propósito

Não se esqueça de que o propósito não é maior do que quem lhe chamou.

João declara quem ele e o seu propósito eram diante de Jesus: “João respondeu-lhes, dizendo: Eu batizo com água; mas no meio de vós está um a quem vós não conheceis. Este é aquele que vem após mim, que é antes de mim, do qual eu não sou digno de desatar a correia da alparca”. (Jo. 1. 26-27). Muitos se perdem, quando fascinados pela força e abrangência de seu propósito e daquilo que ele produz, passam a se sentir grandes e fortes demais.

Deixando Deus conduzir o processo

Desde o início o ministério de João é diferente, ele mora no deserto, ele se veste de forma estranha, sua dieta alimentar é esquisita. Ficava claro que sua trajetória seria diferenciada, João vem com traços dos profetas do Antigo Testamento, ele é o último deles... Deus é quem tem que dizer como as coisas tem que ser. No meio da história, os discípulos de João o deixam para seguir a Jesus (Jo. 1.36-37). Ali ele poderia questionar, ficar irado, ter uma crise de ciúmes... Era difícil ver pessoas que ele amava e que tinha cuidado delas se afastando. Mas ele entendia a necessidade de tudo fosse conduzido pelo Senhor.

Não abrir mão de comunhão com Deus

A declaração de João: “E eu não o conhecia, mas o que me mandou a batizar com água, esse me disse: Sobre aquele que vires descer o Espírito, e sobre ele repousar, esse é o que batiza com o Espírito Santo". (João 1:33) mostra que ele tinha relacionamento com Deus! Nenhum propósito prosperará se não houver conexão com a causa e o final dele...

Encerro dizendo que nós não escolhemos propósitos para nossa vida. Nós somos escolhidos por eles. João Batista é dominado pelo propósito desde o ventre: “E aconteceu que, ao ouvir Isabel a saudação de Maria, a criancinha saltou no seu ventre; e Isabel foi cheia do Espírito Santo”. (Lc. 1.41).

Ao nascer, os acontecimentos deixam claro que algo estava preparado para João: “E completou-se para Isabel o tempo de dar à luz, e teve um filho. E os seus vizinhos e parentes ouviram que tinha Deus usado para com ela de grande isericórdia, e alegraram-se com ela. E aconteceu que, ao oitavo dia, vieram circuncidar o menino, e lhe chamavam Zacarias, o nome de seu pai. E, respondendo sua mãe, disse: Não, porém será chamado João. E disseram-lhe: Ninguém há na tua parentela que se chame por este nome. E perguntaram por acenos ao pai como queria que lhe chamassem. E, pedindo ele uma tabuinha de escrever, escreveu, dizendo: O seu nome é João. E todos se maravilharam. E logo a boca se lhe abriu, e a língua se lhe soltou; e falava, louvando a Deus. E veio temor sobre todos os seus vizinhos, e em todas as montanhas da Judéia foram divulgadas todas estas coisas. E todos os que as ouviam as conservavam em seus corações, dizendo: Quem será, pois, este menino? E a mão do Senhor estava com ele”. (Lc. 1. 57—66).

E mais, o propósito não ocupa um lugar em nossas vidas, ele é a nossa vida. E no caso de João Batista, custou-lhe a vida! (Mt. 14)

Deus nos abençoe,
Pr. Giovani Zainotte