Creio
que todos nós quando ouvimos a parábola do semeador pensamos logo: “Quero que
minha vida, meu coração seja terra boa para a semente de Deus cair e produzir
frutos com abundância”. E esse deve ser realmente nosso anseio. Mas nesse
momento quero pensar com você que em nossa história já experimentamos a
realidade dos demais solos apresentados na parábola. E como dizem que a História
é cíclica, vez por outra nos enquadramos em alguns dos solos descritos.
Vamos pensar em cada um deles, analisar nossa vida e pensar o que precisamos para chegar ao intento inicial: ser boa terra, solo de qualidade e produzir frutos a 100 por 1.
Beira do caminho
Uma
parte das sementes caiu à beira do caminho, diz-nos o texto. Quando leio esta
expressão “beira do caminho” lembro-me imediatamente do cego de Jericó, que “à
beira do caminho” chamava Jesus na intenção de ser curado. À beira do caminho é
o lugar do desprezo, lugar onde ficam aqueles que por algum motivo não podem
estar no centro. O cego estava ali porque era considerado alguém castigado por
Deus com aquela cegueira.
Fico
pensando quantas pessoas dentro da igreja vivem “a beira do caminho”. Nós as
colocamos muitas vezes ali. Somos juízes, somos fariseus. Achamos que aqueles
que pensam ou agem diferente de nós estão doentes, não podem pegar um
microfone, não podem exercer uma função. Somos excelentes para arrumarmos
desculpas para nossas falhas, nossas limitações, mas péssimos para
justificarmos as falhas e limitações dos outros. Somos benevolentes conosco e
com aqueles que estão mais perto e implacáveis com os mais distantes.
Em
nome de uma santidade humana empurramos as pessoas para a beira do caminho. Nos
achamos inclusive bons ao afirmar que elas podem continuar freqüentando nossas
igrejas, mas não no centro, mas à beira do caminho. Disse santidade humana,
pois a santidade de Deus nos confronta, nos exorta, nos joga contra parede, mas
nos cura, nos ama, nos levanta, a humana só serve para insuflar nosso ego.
Mas
devo dizer que por vezes nós mesmos caminhamos para a beira do caminho.
Valorizamos demais nossas imperfeições, colocamos sobre nós muito peso. Assim
como Gideão que tentou fugir do chamado argumentando que era o menor de sua
casa.
Mas
voltando ao cego e a outros que Jesus curou, lembro que por vezes Jesus dizia a
eles que viessem para o meio. Se as pessoas, o diabo ou nós mesmos nos fazem
estar a beira do caminho, o Senhor Jesus nos convida para o centro! Vem para o
meio é o que ouvimos do mestre, pois somos amados, valorizados por Ele.
Lembre-se o meu, o teu lugar não é à margem, à beira do caminho. Deus nos
chamou para uma grande obra, para uma grande colheita.
Pedras
Se
falar pra você que alguém tem um coração de pedra, creio que você vai pensar
logo em alguém insensível, durão. O texto diz que esses simbolizam o que não
tem raízes. E não tem raízes exatamente porque a semente não consegue penetrar
na pedra, quebrar o bloqueio.
Ninguém
nasce durão. Ninguém nasce insensível, ninguém nasce intratável. A forma como
somos criados, as experiências que vamos tendo nos tornam assim. Lembro-me da
história de Noemi, que junto com seu esposo e filho sai de sua terra em busca
de melhores condições de vida. O nome Noemi quer dizer doçura, doce, o que
apontava para as características de Noemi. Mas na nova terra a vida foi
difícil, lá ela perdeu o marido e os dois filhos. Quando volta é avistada pelas
mulheres de sua terra que a chamam pelo nome. Mas ela pede que não a chamem
mais Noemi mas sim Mara que quer dizer amargura e representava bem como ela
estava agora, amargurada.
Essas
experiências fazem de nosso coração uma grande pedra. Vamos nos tornando
insensíveis ao mover de Deus, insensíveis ao amor de Deus, enfim, pessoas que
não deixam raízes crescerem por conta do medo de novas decepções. Por isso Jesus disse que essas pessoas
recebem a palavra com alegria. Pois elas entendem que o Evangelho é bom, mas
aprofundar-se... bom aí é melhor não, vai que...
Espinhos
Aqui
o texto nos mostra que a semente até começou a crescer, ela até encontrou
condições de vida iniciais, mas o problema é que junto com ela cresceram
espinhos que em algum momento ficaram mais fortes do que nossa semente e a
sufocaram.
Pense
comigo: o que pode crescer em nós, tornando-se tão forte que sufoque a vida de
Deus em nós? A reposta é: nossa natureza!
A
Bíblia diz que o salário do pecado é a morte. Assim, quando permitimos que a
essência pecaminosa vá crescendo dentro de nós, estamos correndo um sério risco
de vermos a morte da semente do Evangelho.
Ninguém
se desvia da noite para o dia, ninguém sai dos caminhos do Senhor de uma hora
para outra. A verdade é que vamos fazendo concessões, permitindo coisas e
assim, alimentando os espinhos, que vagarosamente vão crescendo e de repente
sufocam a semente do Evangelho em nós.
Boa terra
Chegamos
a este que é nosso alvo. Um bom solo é resultado de tratamento. Agricultores
adubam a terra e tem uma série de cuidados para que aquela terra possa
produzir. Cito o texto de 2 Cr. 7.14. Ali, encontramos uma receita de Deus para
que nos tornemos solos férteis:
Humilhação
– reconhecimento de que não somos nada. Ele é tudo em nós!
Oração
– Nosso contato com Deus
Busca
– fome e sede pela presença de Deus
Afastamento
de maus caminhos – a vigilância para não alimentar os espinhos
Como
fruto dessas atitudes recebemos a promessa do Supremo Agricultor de que Ele
sararia a nossa terra!
Não
sei que tipo de solo somos neste momento. Mas sei que nosso Deus quer curar-nos
para que os frutos sejam abundantes em nossa vida.
Deixe
Deus tratar você hoje...
Em
Cristo,
Rev.
Giovani Zainotte
0 comments:
Postar um comentário