“Um dos papeis da Igreja na sociedade é ser  uma consciência profética capaz de ajudar a cada ser humano (entendido  como um indivíduo livre e competente diante de Deus e dos homens,  vivendo em uma sociedade pluralista) a discernir valores essenciais que  norteiam os relacionamentos em todas as suas dimensões.
É nesse contexto que os batistas –  integrantes de uma denominação cristã que, ao longo de toda a sua  história, defende a liberdade religiosa, de consciência e de expressão –  se manifestam para alertar sobre os perigos que a sociedade brasileira  corre diante das novas conjunturas sociais aprovadas pelo Supremo  Tribunal Federal (STF) e que estão sendo propaladas por leis que  tramitam no Congresso Nacional e por ações promovidas pelo Executivo.
Assim, alertamos para o perigo:
• De construir uma sociedade em que a  legalidade pode ser estabelecida pelos interesses políticos e  inclinações pessoais, como ocorreu no caso da releitura contraditória  feita pelo STF do artigo 226 da Constituição Federal. O artigo diz:
“Art 226 – A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
(…)
§3o – Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.
§4o – Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes.
§5o – Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher.
(…)
§3o – Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.
§4o – Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes.
§5o – Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher.
Quando uma casa que tem como principal  missão defender a Constituição a rasga, corremos o perigo de viver um  Estado jurídico de exceção, ao qual a nação brasileira não deseja  retroceder.
De destruir o conceito de família (que não é  só cristão, mas universal e multicultural) para reconstruí-lo sob a  égide somente da afetividade e não em toda a dimensão de suas  funcionalidades como base da sociedade.
De  criar uma sociedade em que os valores essenciais são relativizados,  pois onde tudo é relativo nada sobra para apoiar os alicerces do nosso  futuro.
De viver em uma sociedade  que abandona os valores divinos revelados nas Escrituras Sagradas, pois a  História, desde os tempos bíblicos, têm demonstrado que sociedades que  abandonaram os valores mais elementares implodiram por perderem os seus  pilares sustentadores – ainda que tenham sido, em algum momento, grandes  potências no contexto universal.
Tais atitudes nada mais são do que a  iniqüidade institucionalizada. Assim, conclamamos a sociedade brasileira  a continuar mostrando que existem opiniões divergentes. Sem  discriminação e com respeito a cada indivíduo, tais manifestações visam a  defesa de valores pessoais e sociais, com integridade. Somente quando  todos os segmentos da sociedade se expressam é que as forças políticas  de nossa nação se sensibilizam para obviedade dos valores essenciais,  como no caso recente da decisão de nossa presidente, Dilma Rousseff, ao  impedir a distribuição do chamado “kit contra a homofobia ” nas escolas  públicas.
Curitiba, 27 de maio de 2011
Pr. Paschoal Piragine Jr.
Presidente da Convenção Batista Brasileira.”
Texto extraído da Convenção Batista Brasileira

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