Lições das Eleições...


A maioria dos municípios brasileiros já encerraram suas atividades nas eleições municipais deste ano. Passado tudo, quero fazer com você que me der a honra de ler este artigo uma reflexão. Esse momento me ajudou a ver com mais clareza uma série de coisas e descobrir algumas também, passo a destacá-las.


A mais séria de todas é o quanto o povo brasileiro é corrupto. A corrupção está correndo nas veias do nosso povo! Já vi muita gente fazendo alusões ao fato de que lotamos as ruas em marchas gays, marchas para Jesus, marcha da maconha e não vamos as ruas protestar contra os absurdos que vemos em nosso país e pressionar nossas autoridades por melhores condições de vida, no combate aos escândalos de Brasília, etc. O motivo? Nosso povo pensa como nossos terríveis governantes, a única diferença é a falta de oportunidade. Isso mesmo, damos jeitinhos em tudo, sempre queremos levar vantagem, nossas atitudes são semelhantes aos dos nossos “nobres” governantes, a diferença são os valores, eles tem mensalões milionários e a massa “defende” uns trocadinhos... Mas o pecado é mesmo!

Mas temos pessoas boas, honestas, corretas, afirmam alguns, e ainda completam: vamos colocar os “nossos” lá! Aí, quando as eleições chegam, os “nossos” tentam se eleger usando os mesmos artifícios dos “mundanos”. A compra de votos acontece, as propostas vazias acontecem, nomes sem nenhum engajamento social “sentem” uma direção de se arvorar na política (difícil acreditar na nobreza de propósitos), enfim, os “nossos”, ao meu ver, tornam-se piores do que os outros, exatamente pelo expectativa que colocamos sobre eles e que eles aceitam ao levantar a bandeira do “candidato cristão”.

Pior ainda, depois de eleitos, a maioria dos “nossos” entra na forma do sistema instalado, renunciando princípios e valores que usaram na hora de pedirem votos, envergonham o evangelho, entram nos piores esquemas e só vão se lembrar que são “nossos” na hora da reeleição!

E nossos púlpitos? Bom, nossos púlpitos tornam-se palanques (mesmo que isso seja proibido por lei). “Temos que nos posicionar” afirmam alguns líderes. Mas esse posicionamento na esmagadora maioria das vezes refere-se a nojentas barganhas, benefícios que virão. Que tristeza é saber que igrejas foram construídas com dinheiro público. E sabe o que muitos dizem? “Sempre ajudaram outras igrejas (a dominante), que mal há em fazerem para nós?” Todo mal! Dinheiro público não é para isso, dízimos e ofertas tem essa finalidade. Isso quando os benefícios não vão direto para o bolso do líder, e quando não é dinheiro, são as facilidades, as mordomias! Saudade dos profetas que tinham que receber do Senhor a graça de terem rostos como pedra, para aguentarem as retaliações. Vivemos tempos de profetas vendidos!

Pior ainda é vermos “crentes” brigando dentro das igrejas por conta do apoio, dado ou não a determinado candidato. Já parou para pensar por que o voto é secreto? Um dos motivos certamente é para que eu tenha liberdade de escolher em quem votar sem sofrer pressões ou afrontas! Aí, os cultos que deveriam ser momentos da manifestação da gloria de Deus, tornam-se ringues para parentes e amigos de candidatos se degladiarem na busca do poder temporal (enquanto isso o Reino de Deus tira férias...)

Alguém ao ler pode dizer que sou apolítico. Não, pelo contrário, sou bastante ligado nas questões políticas, gosto, acompanho de perto. Mas como pastor, tenho um papel profético, que peço graça a Deus para desempenhar da melhor forma possível. Não sou dono de pessoas para influenciá-las a votar em A ou em B. Meu papel é didático, quero esclarecer meu povo, quero ajudar a que nenhuma ovelha (ou discípulo, caso queira estar mais atualizado) venda seu voto por um saco de cimento ou coisa parecida. Meu papel é de conduzir o povo a oração, tanto antes quanto depois do pleito. Meu papel é formar é ser canal de Deus para formar homens e mulheres que pensam, agem e se posicionam tendo como meta a implantação do Reino de Deus com seus valores.

Na época da política, como costumamos chamar esse período, descobrimos que as pessoas, principalmente os crentes, confiam muito pouco em Deus. Vendem a alma por cargos, benefícios, dinheiro... Colocam toda sua esperança em coisas passageiras, que hoje são e amanhã nem nos lembraremos delas.

A conclusão que chego é que políticos crentes tem que ter duas características principais: caráter e corajem. Caráter para não concordar com um sistema podre, e corajem para manifestar essa discordância. E essas características estão em falta nos “nossos” que tenho visto. “Nosso povo merece respeito” diz um dos “nossos” (um dos piores, diga-se de passagem...), mas acho que nós não estamos nos dando ao respeito.

Não tem nenhum bom na sua opinião? Alguém pode perguntar. Sim! Mas esses a gente tem dificuldade de ver, a propaganda dos outros certamente é maior!
  
Oremos...

Pr. Giovani Zainotte

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