Acabo de ler a notícia sobre a morte do
bispo anglicano Robinson Cavalcanti. Ele e sua esposa foram mortos a facadas
pelo filho adotivo, usuário de drogas. (Clique e leia a notícia em jornais)
A notícia me deixou bastante triste. Triste
pela morte de um ser humano, triste pela perda de um grande nome do cenário
cristão, um pensador maravilhoso. Mas acima de tudo, triste pela forma absurda
da morte.
Infelizmente, mortes assim estão se
tornando recorrentes, mas ainda assim, neste exato momento em minha alma há a
pergunta: onde vai parar isso? Meu Deus, a que ponto nós estamos chegando? A
violência atingindo níveis assustadores.
Talvez a morte do bispo Robinson me
incomode, pois o drama familiar de um jovem usuário de drogas acontece
exatamente dentro da família de um renomado líder religioso. Quantas famílias
não foram aconselhadas pelo bispo, quantos filhos, quantos jovens não se
livraram das drogas através do ministério que Deus concedeu a Dom Robinson?
Alguém pode pensar que minha fala aponta
para algum julgamento do tipo: não foi capaz de governar bem sua casa... Ou
coisa parecida. Mas sinceramente, não é esse o sentimento. Na verdade o
sentimento que permeia meus pensamentos nesta hora é o medo.
Como pai de uma criança, me preocupo com o mundo em que meu filho está crescendo. Me preocupo com a multidão de propostas que
estarão diante dele diariamente. Me preocupo com o grande desafio de ser pai,
de educar. Me preocupo em ter de acumular a função de pai e de pastor dele. Me
preocupo em perdê-lo para tudo isso.
Aos pais que estão lendo esse artigo neste momento e partilhando destas preocupações, que
nos unamos para orar e trabalhar pela implantação do Reino de Deus com sua
justiça, sua paz e a alegria do Espírito Santo. Que nos dediquemos muito aos
nossos filhos, não permitindo que a eles sobre o resto de nosso tempo e
energia. Lembro a frase que ouvi de algum pregador: "nenhum sucesso
profissional justifica o fracasso da família".
Nessa manhã li um texto bíblico na tradução
alternativa do Pr. Eugene Peterson, essa porção das Sagradas Escrituras trouxe
alento para minha alma, cito-a na intenção de que faça o mesmo por você pai e mãe
que nessa hora lê esse artigo e pensa no/a filho/a que talvez esteja dormindo
no quarto ao lado como está o meu pequeno Daniel, e, de forma extremamente
humana, preocupa-se em como será o amanhã...
"Não se aflijam nem se preocupem. Em
vez de se preocupar, orem. Permitam que as súplicas e os louvores transformem
seus receios em orações, permitindo que Deus os conheça. Antes que vocês
percebam, a compreensão da integridade de Deus, que só contribui para o bem,
virá e os acalmará. É maravilhoso o que acontece quando Cristo retira a
preocupação do centro da vida humana". Fp. 4.6-7
Preciso que nessa noite meus receios sejam
transformados em orações diante de Deus. Se você tem a mesma necessidade, ore
agora por seus filhos e os entregue nas mãos do único que pode verdadeiramente
guardá-los.
Deus nos guarde,
Rev. Giovani Zainotte