Vinde após mim...

Imagino todo o processo vivido por Pedro. Quando Jesus lhe fez o convite para seguí-lo, Pedro era apenas um pescador, pouco instruído e com um temperamento terrível. Mas ele aceitou o convite juntamente com André! Penso o que passou em sua mente mediante as palavras de Jesus. Pescar peixes era fácil, Pedro certamente dominava as técnicas exigidas, sabia como lançar a rede, sabia o local e a hora mais propícia para pegar muitos peixes. Mas pescar homens? É certo que Pedro não sabia como fazer isso. Talvez ele pudesse argumentar: “Peixes caem fácil na rede, fisgam as iscas, homens mentem, deixam para depois, tem corações duros, dão muitas desculpas, cobram demais, são muito interesseiros, querem sempre levar vantagem...”

Assim como Pedro, nós também podemos pensar em todas as dificuldades para nos tornarmos pescadores de homens. Todos podemos dizer: “Já chamei fulano para vir à igreja, mas ele não veio”. É verdade, no mundo de hoje está difícil trazer alguém a Cristo. A vida de todos é corrida e alguns argumentam falta de tempo, o amor tem se esfriado, os corações estão duros e além de tudo, há uma batalha espiritual, onde o diabo tem se empenhado muito em impedir que as pessoas recebam Jesus. E é claro, não podemos nos esquecer dos escândalos surgidos do mal testemunho de muitos cristãos e igrejas.

Mas Pedro tinha uma convicção. Creio que o que mais o motivou não foi o chamado, mas sim aquele que fez o chamado! Pedro foi convencido por Jesus e, de alguma forma, ele cria que Jesus daria todas as condições para que ele se tornasse pescador de homens. Afinal de contas, Jesus não disse: “venha após mim e transforme-se em um pescador de homens por sua conta”, mas sim: “venha após mim e eu te farei pescador de homens.” Ou seja, Pedro sabia que a responsabilidade era de Jesus, Ele chamou, e como diz o dito popular: “Quem convida, dá banquete”.

E foi exatamente isso que aconteceu, no momento do chamado iniciou-se um processo tremendo de formação na vida de Pedro. O dia-a-dia com Jesus, ou seja, o discipulado foi a grande faculdade de Pedro. Nesse curso, Pedro aprendeu que não seria pescador de homens com sua força (Jo. 18. 10-11); aprendeu também que mesmo andando com Jesus, se não houver vigilância, pode ser usado pelo diabo (Mt. 16. 22-23); aprendeu que a um pescador de homens não pode faltar fé, se não todo projeto pode afundar (Mt 14. 28-31); aprendeu com a dor do arrependimento, por ter negado ao mestre três vezes, que quem quer ser pescador de homens, precisa ser fiel até a morte; aprendeu que mesmo sendo falho, limitado, Jesus o usaria (Jo. 21. 15-17) e por fim, aprendeu que a grande rede nesta obra de pescaria, chama-se Espírito Santo (At. 1.8) Após a descida do Espírito Santo em Atos 2, Pedro pregou um sermão em Atos 3 e três mil pessoas se converteram. Que pesca! Creio que mesmo nas melhores marés, Pedro não conseguiu pescar tantos peixes, quanto pescou homens naquele dia. Jesus o fez pescador de homens.

Depois disso, Pedro ainda teve de aprender mais uma lição, a lição que Deus não faz acepção de pessoas (At. 10. 10-48). Sabe o que aprendo, que mesmo depois de ter se tornado um grande pescador de homens, Pedro ainda tinha muita coisa a aprender, assim como nós mesmo já tendo quem sabe chegado a algum lugar, ganho algumas almas, sempre teremos muitas coisas a aprender com o Mestre Jesus. Deixemo-nos então Ele nos fazer pescadores de homens para a glória do Senhor.

Deus nos abençoe,
Rev. Giovani Zainotte

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