Quem te respalda? Gl. 1.1

A epístola aos Gálatas, é escrita por Paulo entre os anos 48 e 58 d.C. Traz informações históricas preciosas sobre a vida de Paulo e o tema central é semelhante ao da epístola aos Romanos: a justificação pela fé. Judaizantes estavam tentando convencer, precisavam ser circuncidados, ou seja, queriam incutir leis e dogmas no lugar da Graça e fé.

Paulo está sendo atacado, estão questionando sua apostolicidade. Estão a questionar se ele tinha a mesma legitimidade de Pedro, João e os demais apóstolos. Por isso, ele já abre a Epístola com a declaração de que o próprio Cristo o havia designado como apóstolo antes de ele ter se encontrado com os outros apóstolos.

A declaração de Paulo é forte e imprescindível: seu apostolado não é plano de homens, nem foi conquistado através da influência de algum homem, mas vem de Deus.

Absorvemos em nosso chamado, em nossa função, em nossa vida as características daqueles que estão por trás delas... Quando a autoridade que temos nos foi conferida vem de Deus, temos nela características de Deus, mas quando nos é conferida por sistemas e conchavos humanos, por vontade de homens, sejam eles quem forem, então ela vem acompanhada de características humanas.

Um chamado, um ministério, uma vida que tem respaldo em homens tem algumas características em comum:

1.       Temporalidade. Impérios humanos passam, homens fortes morrem, obras feitas por mãos humanas acabam. O que construímos sem poder dizer que foi Deus quem fez, é também temporal. Pode ser grande e vistoso hoje e não mais existir amanhã. Em contrapartida, aquilo que fazemos debaixo da unção do Senhor, respaldado por Ele, é, assim como ele, ETERNO. Um ministério é eterno, pois seus frutos não cessam com a morte de quem o desenvolveu, um chamado é eterno, pois deixa legado a ser ouvido pelas gerações futuras.

2.       Circunstancial. As obras humanas e o homem em si, dependem muito das circunstâncias ao seu redor. Impérios, personalidades, aparecem e somem de acordo com várias circunstâncias. Aquilo que fazemos em Deus, permanece, independente do que esteja acontecendo ao nosso redor. Essa é a realidade do Sl. 91.7. O cenário é de guerra ao redor, mil caindo de um lado, dez mil de outro, mas aquele que tem a vida escondida no esconderijo do altíssimo, não está sendo atingido. Ou seja, seu estado não é afetado pela guerra ao redor, há algo maior e muito mais determinante agindo na vida dele: A presença e o propósito de Deus!

3.       Movimento baseado em interesses pessoais. Homens vivem na busca de seus próprios interesses. “Farinha pouca, meu pirão primeiro”, já diz um dito popular triste, mas real ao descrever como funciona o coração do homem. Por isso vemos tantos ministérios que existem e se movem única para locupletarem-se, para suprir necessidades pessoais. Por isso vemos casamentos que acabam, na medida em que cada um buscou seu interesse e esqueceu de quem estava ao lado... Mas a Bíblia ensina que na dinâmica do Reino de Deus, maior é o que serve! Quando nosso ministério vem de Deus, nosso desejo é serví-lo, quando nosso casamento vem de Deus, nossa intenção é fazer o outro feliz, quando nossa vida é dirigida por Deus, vivemos para servir a Deus e a pessoas.

4.       Fragilidade. Homens são frágeis. A imagem bíblica do homem como vaso de barro dá-nos uma dimensão perfeita dessa fragilidade. Por mais belo e imponente que seja um vaso de barro, um simples tombo, de uma pequena altura, o reduz a cacos... Assim são ministérios, casamentos, relacionamentos respaldados por homens, por mais belos, abrangentes, impactantes que se tornem, caem e quebram. Mas aqueles firmados em Deus, permanecem, pois estão sustentados nas mãos de Deus.

Enfim, refletimos objetivamente sobre a importância da declaração de Paulo de que seu apostolado não era da parte de homens, nem por intermédio de homem algum.

Se fosse, talvez hoje não conheceríamos a história dele, não teria tido o alcance que teve. Não perduraria por tantos séculos...

Quanta gente não permanece na fé crista? Quantos casamentos não duram? Quantos projetos terminam? Tudo por que, na maioria das vezes foram fruto de vontade, intervenção e direção de homens. Influência e poder que tanto nos fascinam, enganos e desmandos de nosso coração, vontades não dominadas de nossa carne e por aí vai...

Como seria bom, se eu e você pudéssemos olhar para nossa vida e dizer: Meu ministério, minha profissão, meu casamento, minha família, não da parte de homens, nem por intermédio de homem algum, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai!

Que esse seja nosso objetivo, que para isso nos esforcemos, lutemos...

Deus nos abençoe,

PR. Giovani Zainotte

Quando sei pra onde vou... Ef. 1.1



Myles Monroe disse que “a maior tragédia da vida não é a morte, mas viver sem propósito.” Creio que existam muitas pessoas perdidas nas estradas da vida. Elas caminham, correm, se cansam, mas sem propósito. Sua existência resume-se tão somente a sobrevivência.

Essa realidade, faz com a que a vida de muitas pessoas seja sem cor, sem alegria. Gastar nossa força somente em sobreviver, andando sem saber pra onde, traz um desgaste absurdo para nós.

A provisão de Deus vem, onde o propósito se realiza. Deus só faz surgir manancial de água viva em vale árido quando a sede de alguém precisa ser saciada. Assim, quem não vive propósito, não desfruta de provisão.

Paulo se tornou um homem com essas questões fundamentais muito bem resolvidas dentro de si. O texto que lemos nos deixa isso claro. Analisemos suas certezas:

1.    Paulo (este sou eu)

Nome aponta para identidade. Quando alguém me pergunta: Quem é você? Prontamente digo meu nome! Ao mencioná-lo, é como se tudo que sou viesse atrelado.

Quando Paulo se apresenta, mencionando seu nome, está dizendo, sou eu, que um dia persegui cristãos, mas que depois vi uma luz, caí ao chão, conheci Jesus e hoje dou minha vida por ele!

Os filósofos gregos repetiam a máxima “conhece-te a ti mesmo”, falando da necessidade que temos de saber quem somos. Você se conhece, sabe suas potencialidades, conhece seus limites?

Existem extremos. Pessoas que por não se conhecerem, dizem que não servem para nada, que não conseguem realizar nada, que não podem chegar a lugar algum. Essas desconhecem O Salmo 8. 4-5 que diz que fomos feitos pouco menores do que Deus e coroados de glória e honra!

Outros, também por falta de conhecerem a si mesmas, se acham demais. Pensam sobre si mais do que convém. Esquecem que a Bíblia diz que somos barro, que a excelência não está no vaso, mas no tesouro que habita no vaso.

Conheça-te a ti mesmo, sabendo suas potencialidades e seus limites e em tudo, dependendo de Deus e de sua Graça!

2.    Apóstolo (isto é o que faço)

Ao denominar-se apóstolo, Paulo estava falando de seu chamado. A palavra apóstolo significa “mensageiro”. Os que tinham esse título tinham 3 funções principais: 1. Estabelecer o fundamento da Igreja; 2. Receber, declarar e escrever a Palavra de Deus; 3. Apresentar confirmações dessa Palavra por meio de sinais, maravilhas e milagres.

Então Paulo tinha claro seu chamado, sua função no corpo. O para que ele havia nascido. Mark Twain disse que “os dois dias mais importantes da sua vida são: o dia em que você nasceu, e o dia em que você descobre o porquê”.

Deus colocou dons, aptidões em nós. Descobri-las é uma grande alegria, se envolver com o chamado de Deus para nossa vida é fonte de renovo e provisão do céu.

 3.    De Jesus Cristo (é para este que faço)

Não haviam apóstolos só de Jesus Cristo. Mensageiros diferentes existiam naquela época. Mas Paulo, sabia para quem Ele fazia o que fazia...

Quando a gente abre o coração para o Evangelho de Cristo Jesus, o que estamos fazendo é definindo para que vivemos. Foi o próprio apóstolo Paulo quem disse: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.
Gálatas 2:20

Definimos também para quem fazemos as coisas. Todo o empenho de Paulo, todo seu vigor passou a ser com a finalidade de glorificar a Jesus. Era para Ele! Nossa vida precisa ser para Ele também. Trabalho, estudo, cuido de minha família, mas em tudo, procuro fazer a vontade daquele que me chamou. Vivo para Ele!

Percebemos que essa não é a nossa realidade através de coisas simples: nossa agenda, nossas prioridades, ou mesmo em nossa insatisfação quando não reconhecem o que fizemos ou não citam nossos nomes... Quem busca a glória de homens abre mão da glória de Deus. Quem se empenha na busca do galardão que homens podem dar, desprezam o galardão de Deus, pois revelam para quem estão fazendo as coisas...

4.    Pela vontade de Deus (este é a minha autoridade)

Coisa boa é quando podemos olhar e dizer: estou aqui (nesse emprego, nessa escola, nessa cidade, etc) pela vontade de Deus; Faço o que faço pela vontade de Deus.

Constantemente buscamos respaldo para aquilo que fazemos. Um chefe, um líder, uma autoridade. Queremos que alguém respeitado diga que gostou do que fizemos. Um jovem cozinheiro busca o reconhecimento de seu trabalho por um cozinheiro renomado... Coisa boa é quando o respaldo de nossa vida vem do Senhor... Pela vontade de Deus!

Quer poder dizer isso sobre tudo o que você faz, sobre tudo o que você está envolvido? Alinhe-se aos planos de Deus. Viva por Ele e para Ele...

5.    Aos santos que estão em Éfeso (este é o meu público)

Aqui a declaração do público alvo de seus atos. Ele aqui, escreve, se dedica a ensinar aos efésios.

Qual é o público alvo de todo cristão? Jesus responde: “Jesus, porém, ouvindo, disse-lhes: Não necessitam de médico os sãos, mas, sim, os doentes. Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício. Porque eu não vim a chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento. ”  Mateus 9:12,13

Quando uma igreja deixa de ver conversões, deixa de perceber que o número dos remidos vem sendo acrescido dia a dia, ela está doente. Quando sua preocupação é só manter o que tem, esquecendo-se daqueles que ainda padecem nas mãos do inimigo, ela está gravemente enferma.

Conclusão:

Repito o que disse no início: Provisão de Deus vem a medida em que estamos vivendo os projetos Dele em nós. Ela vem como resposta e com objetivo de cumprir algo. Ao termos claro nossa identidade, nosso chamado, nossa prioridade, nosso respaldo e nosso público alvo, desfrutaremos de um tempo de colheita farta e recursos abundantes.

Como disse Brian Houston, pastor fundador de uma das Igrejas mais crescentes da atualidade: “Fidelidade significa agarrar-se ao seu propósito e confiar na bondade de Deus em meio a todos os pontos culminantes, celebrações e topos das montanhas, bem como nas tribulações, tentações e tragédias que a vida lança sobre você. Isso sim é crescer fundamentado na Graça”.

Que sejamos fies em todo o tempo até o dia de Cristo Jesus!

Deus nos abençoe,

Pr. Giovani Zainotte

500 Anos da Reforma


Estamos neste ano de 2017 celebrando 500 anos da Reforma Protestante. A propósito desta data celebrativa, reflito com você um pouco sobre as ênfases de Lutero, que a Igreja hodierna precisa conhecer e viver para que realmente possamos ser chamados protestantes...

Lutero define algumas ênfases em sua teologia que implicam diretamente no modo de ser das igrejas reformadas. Vejamos algumas dessas ênfases:

Somente a Escritura - As Escrituras estão acima de todas as demais autoridades da fé e das práticas cristãs. Lutero afirma que qualquer decisão conciliar, posição, pregação deve ser julgada por aquilo que ele chama de “norma infalível da Palavra de Deus”. Lutero chamava a Bíblia de “Livro do Espírito Santo”, “Veículo do Espírito Santo”.  A Igreja católica colocava a Bíblia como dependente do magistério da igreja, ou da tradição cristã, mas Lutero defendia que a Igreja e todas as outras coisas é que dependiam da Bíblia. Ele diz que mesmo sendo escrita por homens, não é nem vem de homens, mas de Deus. Deus fala através da Escritura. Estes princípios batem de frente a prática católica de aceitar decisões de papas como dogmas, como verdades de fé, inquestionáveis. Batem de frente também com uma série de práticas que temos visto em igrejas evangélicas como a atribuição de poderes mágicos a elementos como rosas, sal, água, lenços, etc, e a uma série de coisas que mesmo sem terem a menor sustentação bíblica tornam-se leis em muitas igrejas.

Somente Cristo - Lutero afirma que aquele que ler a Bíblia deve simplesmente prestar atenção para não errar, sendo conduzido de acordo com suas próprias inclinações, antes o leitor da Bíblia deve ser conduzido à fonte, ou seja, a Cruz de Cristo, este é o alvo de quem lê a Bíblia: encontrar Jesus. Ele é quem torna possível a salvação através de seu sacrifício. Cristo é o único mediador. A igreja não pode ocupar este papel, os santos também não são, nem líderes que respeitamos muito. Somente através Dele somos salvos. Isso bate de frente com ensinamentos católicos de que a igreja mediava a salvação das pessoas. Estas eram salvas, perdoadas, através da mediação da igreja, como veremos mais adiante. Também vai de encontro à crença de que pessoas que morreram e que são consideradas santas podem ser mediadoras entre nós e Deus. Em arraiais protestantes, a idéia de Lutero vai contra a postura de muitos, ao pensarem que alguns estão mais próximos de Deus que outros, e por isso sua oração é mais poderosa e eficaz. Somente Cristo é a afirmação de que Jesus é o centro da Escritura, o centro da vida da Igreja, a fonte da salvação, e o único mediador.

Somente a Graça - Ao falar de Graça, Lutero está falando sobre salvação. Ciente que por culpa do pecado, a vontade do homem estava inclinada ao mal, Lutero encara a Graça como a possibilidade de alcançarmos a “gloriosa liberdade dos Filhos de Deus”. Pela Graça o homem volta-se para Deus, reconhece seu estado de miséria e é salvo, mediante o sacrifício de Cristo. Assim, a salvação não é por méritos humanos, por obras, não pode ser comprada por dinheiro, mas é pela Graça. A igreja católica ensinava duas coisas contrárias a este ensino de Lutero. Uma era a salvação por obras, dando ao homem méritos no processo de salvação. Outra era a possibilidade de adquirir a salvação por pagamento, eram as chamadas indulgências. Estas poderiam ser compradas por alguém para ela mesmo ou para pessoas que morreram. Estes ensinos de Lutero confrontam-se também com muitas igrejas evangélicas que estipulam uma série de regras para as pessoas serem salvas, legalismos que anulam a Graça de Deus. O assassino não é salvo por deixar de matar, ele deixa de matar porque é salvo e essa salvação se dá pela Graça.

Somente a fé - Primeiramente Lutero baseia-se na afirmação bíblica de que a fé é dom de Deus, Ele é quem nos dá condição de crer. Com base nisso, Lutero afirma que a justificação é dada pela vitória completa de cristo na cruz e diz que “se você crê, então você a terá”. Não é a fé que nos torna justo, que opera em nós a justificação, mas ela nos faz receber a justificação. Lutero definia fé como um agarrar-se ou segurar-se a Cristo. Pela fé, somos declarados justos. Assim como a salvação, a justificação não se dá pelos méritos humanos. Seremos declarados justos diante de Deus pela nossa fé na vitória de Cristo na cruz do calvário.

Estes pontos não esgotam a teologia de Lutero. Muito pelo contrário. Poderíamos aqui falar também do sacerdócio universal de todos os crentes. Que colocou todos os cristãos no mesmo pé de igualdade, confrontando um sistema de hierarquia que dava poder somente a um pequeno grupo, e que infelizmente está se reproduzindo nos dias de hoje. Ou ainda poderíamos destacar a separação entre Estado e Igreja, que possibilitou a igreja a voltar a ser voz profética, denunciando todo tipo de injustiça, como faziam os profetas do Antigo Testamento. Este é outro ponto que está sendo esquecido pelos protestantes atuais que fazem de tudo para chegarem ao poder em nome de Deus e depois envergonham a fé, envolvidos em toda sorte de falcatruas.

Mesmo assim, esta pequena reflexão já nos leva a confrontarmo-nos com nossa realidade e vermos se estamos hoje, vivendo aquilo que Lutero e os demais reformadores pregaram. Por estes princípios, muitos morreram, foram perseguidos. O Espírito Santo que move a igreja levantou Lutero, Calvino e tantos outros, para chamar os cristãos a voltarem aos ensinamentos de Jesus. Que eu e você hoje sejamos também levantados pelo Espírito a fazermos diferença e sermos atalaias que convidarão a igreja a andar no rumo certo, no rumo de Deus.

Bibliografia:

GEORGE, Timothy, Teologia dos Reformadores – São Paulo; Vida Nova, 1993.
OLSON, Roger E, História da Teologia Cristã: 2000 anos de tradição e reforma, São Paulo; Editora Vida, 2001.
GONZÁLEZ, Justo L. E até os confins da Terra: uma história ilustrada do Cristianismo, vol. 6 –  São Paulo; Vida Nova, 1995.

Propósitos Eternos x conveniências humanas Jó. 42.2



Benção da misericórdia ou Benção do propósito?

Temos uma medida muito errada quando queremos avaliar se nossas vidas estão em um rumo acertado ou não. Olhamos, na maioria das vezes, sobre como estão as coisas à nossa volta. Estamos com saúde? Estamos empregados? Estamos dormindo bem? Se essas e outros pontos estiverem bem, entendemos que estamos na direção certa, entendemos que Deus nos está abençoando. E, se Deus está nos abençoando, então, estamos no rumo certo. Certo?

Pois é... essa visão, vem da concepção de meritocracia que temos com relação as coisas de Deus. Ou seja, acreditamos que a benção de Deus vem como fruto de estamos fazendo tudo certinho. Se estamos abençoados, então estamos no rumo certo. Quando coisas erradas, ruins começam a acontecer então nos perguntamos onde estamos errando.

Foi essa concepção que fez com que os amigos de Jó desejassem que ele confessasse seus pecados, pois essa mentalidade dizia a eles e diz a nós também, que alguém vivendo as tragédias que Jó estava vivendo, estava sendo alvo da ira de Deus por conta de seus pecados.

Só que não é isso que a Bíblia nos ensina! Ela nos mostra que quando vivemos uma vida dissoluta, irresponsável, pecaminosa, estamos lançando sementes que trarão uma colheita terrível. Ela nos fala que se escolhemos a vida de pecado, receberemos salário disso que é a morte... mas tudo isso, como consequência direta de nossas escolhas, de nossas atitudes, das sementes que lançamos.

A benção de Deus é outra coisa. Sim! A benção de Deus sobre nós, nunca foi merecimento nosso, sempre foi Graça. Seja sincero meu irmão, você e eu não merecemos nada. Uma auto avaliação rápida revela-nos o quanto somos complicados, cheios de sentimentos ruins, atitudes condenáveis, hipocrisias, pesos e medidas diferentes em cada situação e por aí vai... Não concorda? Tem coragem de orar pedindo que Deus derrame bênçãos sobre sua vida segundo seu merecimento? Eu não tenho...

Tudo que recebemos é Graça. A começar pela maior de todas as conquistas que tivemos: a salvação! Quem mereceu ou merece que O Rei tenha se feito homem, habitado entre nós, tenha sido rejeitado e por fim tenha morrido no madeiro?

Todos os dias Deus renova bênçãos sobre minha vida e isso é por puro amor, graça e misericórdia. Eu me levantei hoje, o fôlego de vida foi renovado sobre minha vida... Quanta Graça há nisso! Muitas bênçãos estão sobre minha vida, e elas não são frutos da minha bondade ou perfeição, mas da bondade do Senhor.

Isso é lindo, mas traz um perigo: acomodar-me com uma vida fora do propósito do Senhor. Parece que só paro para pensar se estou alinhado ao querer do Pai, quando as coisas começam a desabar ao meu redor. Por isso as vezes, creio eu, Deus permite algumas “tempestades” nos acometerem, pois parece que sem elas somos insensíveis e desligados.

A lógica é essa: estou bem, tudo dando certo, mudar o quê? Avaliar o quê? Enquanto isso, silenciosamente, nosso coração vai se afastando de Deus. Os planos dele vão ficando de lado, afinal de contas, temos muito o que fazer.

Sabe o que é terrível? Que por estarmos sendo abençoados, achamos que podemos renunciar aos propósitos eternos de Deus e viver as conveniências humanas...

* Um jovem entende que seria bom casar com alguém que vai viver a fé com ele, que vai partilhar a vida a 3, tendo Jesus nessa história, que seria lindo orar junto, buscar junto, ir pra igreja junto (propósito de Deus). Mas ele conheceu uma moça linda, maravilhosa, que gostou dele, estão se entendendo, se dando bem, ela não está nem aí pra essas “coisas de Jesus”, mas fazer o que né... (conveniências humanas)

* Uma pessoa entende que precisa trabalhar, estudar, investir em seu futuro, mas sempre mantendo o foco em Jesus, tendo tempo para Ele, para serví-lo (propósito de Deus). Mas o ritmo de vida que ela está levando, não, a carga horária que ela abraçou, não lhe permite mais ir a cultos, congregar. Ela já não ora, já não tem tempo de estudar a Palavra, mas o emprego é bom, o salário é ótimo, então, fazer o quê (conveniências humanas).

* Uma pessoa entende que todo cristão verdadeiro, precisa ter relacionamento real com Jesus e que isso se desenvolve através de oração, de leitura da Palavra, de comunhão com os irmãos (propósito de Deus). Mas ela não tem tempo, não entende bem o que lê e também não quer ir a célula, a Escola dominical, não tem tempo de oração, não tem intimidade, não leva ninguém aos pés de Jesus, mas vem aos cultos, participa de um ministério, então está bom né... (conveniências humanas)

E todas essas pessoas vivem suas vidas baseadas em conveniências humanas, achando que está tudo certo pois Deus as tem abençoado! Queridos, meu Deus tem prazer em nos abençoar, muitas vezes essa benção vem da misericórdia, bom será quando ela vier do propósito.

Portas se abrem muitas vezes por misericórdia e permissão de Deus, bom será quando elas se abrirem por causa do propósito!

Estou chamando de benção da misericórdia, as portas que Deus abre, os benefícios que Deus me faz por pura misericórdia, por pura Graça. E estou denominando benção do propósito as portas, conquistas e vitórias que chegam por eu estar alinhado ao propósito de Deus. Estas também são fruto da Graça evidentemente, mas soam mais como provisão, ferramentas para que o projeto de Deus se concretize em minha vida.

Ismael X Isaque (Gn. 16)

Olho para a Palavra e vejo a história de Abraão. Deus lhe deu uma promessa (ser pai de multidões). O que Deus queria é que Abraão obedecesse, ficasse na posição e aguardasse Deus fazer (propósito de Deus). Mas ele e sua esposa Sara, acharam isso difícil demais, preferiram ajudar a Deus tomando a escrava para que ela engravidasse (conveniência humana)

Deus não impede, permite. Nasce Ismael. Ismael é fruto da benção da misericórdia. Ele não é o propósito, ele não era o que Deus havia prometido, mas Deus permitiu e por misericórdia ele nasceu e foi abençoado por Deus.

Mas Deus vai cumprir o seu propósito, então Sara engravida, gera Isaque. Isaque é fruto da benção do propósito. Deus não desistiu do propósito por conta da decisão de Abraão em engravidar a serva Agar. Quando eu saio dos trilhos, eles não deixam de existir, eles continuam lá esperando que volte para chegar ao meu destino. O caminho que peguei, nunca se converterá em trilhos apropriados para minha viagem...

Saul X Davi (I Sm. 8. 1-22)

Outro exemplo disso é Saul. O Senhor ia à frente do povo de Israel em todas as suas batalhas. Mas o povo olhou os demais reinos e viu que eles tinham um homem a frente, um Rei segurando um estandarte. Pediram um também (conveniências humanas). O Senhor concedeu Saul. Deus o abençoou, deu autoridade a ele, mas por Graça, por misericórdia, pois não era quem Deus desejara, tendo inclusive se sentido rejeitado pelo povo. Saul é fruto da benção da misericórdia.

Agora, Deus vai levantar alguém segundo seu coração. Ele ordena seu profeta que o procure e o unja. Esse Homem é Davi. Davi é fruto da benção do propósito.

Quais lições aprendemos nesses dois exemplos:

1.    A benção da misericórdia tem como característica nossa falta de sintonia com a vontade de Deus.

Tanto no caso de Abraão engravidando a serva, quanto no caso de Israel levantando Saul, o povo não estava sintonizado com a vontade de Deus, estava se movendo por conveniências humanas. Avalie sua vida, suas escolhas, suas decisões hoje e diga: Elas são fruto do propósito de Deus que você percebeu e está obedecendo ou de pura conveniência humana?

2.    A benção da misericórdia tem como característica a nossa precipitação.

Se Sarah e Abraão esperam um pouco mais, ela apareceria grávida e não passaria por todos os percalços que passou. Se o povo de Israel espera um pouquinho mais, não teria tido um Rei com o coração tão cheio de si como foi Saul. É sempre assim, quando não esperamos o tempo certo, tomamos decisões precipitadas, somos abençoados, mas temos que administrar algumas consequências.

3.    A benção da misericórdia tem como característica a valorização de aspectos externos.

Abraão olhou para sua idade. Sarah olhou para sua idade e para sua condição, sendo ela uma mulher estéril. Saul era reconhecido como um homem de guerra, forte, ninguém atentou para seu soberbo coração. Davi nem por seu pai foi citado, afinal, não tinha porte de Rei. Muita coisa em nossa vida é escolhida por deixarmos de lado a promessa, o poder e a direção de Deus e nos prendermos ao que nossos olhos veem, ao que é mais conveniente.

4.    A benção da misericórdia é uma iniciativa do homem. A benção do propósito é uma iniciativa de Deus.

Mesmo sendo de idade avançada, Abraão engravidar Hagar não foi nenhum absurdo fisicamente falando. Temos relatos de homens de mais idade que engravidam mulheres hoje em dia. Mas Abraão engravidar uma mulher de idade avançada, com histórico de esterilidade... só com a intervenção do Senhor.

Escolherem um homem forte, com histórico de lutas como Saul, era fácil. Achar Davi, atrás das malhadas, não sendo lembrado nem pelo Pai, só Deus!

Não tome iniciativas quanto ao seu destino, espere Deus falar, Deus mostrar, Deus confirmar!

5.    A conveniência humana em algum momento vai entrar em choque com o propósito de Deus.

Chegou uma hora em que Sarah não suportou mais Hagar e Ismael e os mandou embora. A luta que vemos hoje entre judeus e muçulmanos tem origem nessa briga. Ismael (conveniência humana) em algum momento baterá de frente com Isaque (Propósito Eterno).

Saul não aguentou a comparação com Davi. Depois de ouvir o canto das ruas, Saul (conveniência humana) tentou de todas as formas matar Davi (propósito Eterno).

Vai chegar uma hora que aquele que vive movido por conveniências humanas terá que optar entre elas ou o propósito de Deus. Esses dois aspectos não andam juntos, não apontam na mesma direção, não levam ao mesmo destino.

Conclusão:

Deus tem me abençoado pastor! Que bom... Mas isso não é problema seu, é de Deus! Ele tem feito por te amar e por ser misericordioso e gracioso!

O povo de Israel no deserto, foi o que mais viu milagres em todos os tempos. Roupa e sapatos crescendo com o corpo, nuvem durante do dia, fogo durante a noite, pão e carne caindo do céu, mar abrindo e por aí vai... mas esse povo morreu no deserto e não chegou a terra prometida por optar viver suas conveniências.

Que bom que eu e você temos visto sinais e cuidado de Deus. Mas ainda assim, precisamos avaliar, perguntar pelas veredas antigas, pelo propósito do Senhor e nos enquadrar, nos alinhar e viver o que Deus tem para nossas vidas!

Que Ele nos ajude a viver seus propósitos eternos!

Pr. Giovani Zainotte

Não ameis o mundo... 1Jo 2. 15-17



O Apóstolo João faz-nos uma importante declaração: Não ameis o mundo! Mas, de que tipo de mundo João está falando? Há três significados diferentes no Novo Testamento para a Palavra Mundo:

1.    O mundo físico, o universo – “Deus que fez o mundo e tudo que nele existe” (At. 17.24)

2.    O mundo humano, a humanidade – “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. João 3.16

3.     O mundo sistema, inimigo de Deus – “Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo” 1 Jo. 2.15

É desse último que João está falando. Devemos amar o mundo como sinônimo de natureza e o mundo como sinônimo de pessoas; porém, o mundo como sinônimo de sistema, esse não podemos amar.

O termo grego “Kosmos” é definido por William Barcklay como a sociedade pagã com seus falsos valores, sua falsa maneira de viver e seus falsos deuses. O Kosmos é o sistema de satanás que se opõe à obra de Cristo na Terra. O mesmo João diz que "o mundo jaz no maligno" (1 Jo. 5.19), e o próprio Jesus chamou satanás de “o príncipe deste mundo” em Jo. 12 31.

O mundo é qualquer pessoa, relacionamento, estrutura social, circunstâncias ou situações que não foram redimidos pela Graça de Deus. O mundo é a sociedade independente de Deus, governo sem a linha do prumo de Deus, sistemas econômicos que não tem a soberania de Deus, indústrias e corporações sem interesse pelas pessoas ou pelos propósitos divinos.

As pessoas não salvas pertencem a esse sistema do mundo. Elas são filhas do mundo. Este mundo não conheceu a Cristo nem conhece a nós. Esse sistema odiou a Cristo e odeia a Igreja. Esse sistema do mundo não é o habitat natural do crente.

Nossa cidadania está no céu - Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo.”  Fp. 3.20.

Estamos no mundo, mas não somos do mundo  - Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia.”  Jo. 15.15.

Estamos no mundo, mas o mundo não deve estar em nós, assim como a canoa está na água, mas a água não deve estar nela.

O sistema do mundo usa três armadilhas para derrubar o cristão: a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida.

Concupiscência da Carne

A carne fala daquelas tentações que nos atacam de dentro para fora. São desejos sórdidos. É o apelo para se viver o prazer imediato. É endeusar os prazeres puramente físicos e carnais. É viver sob o império dos sentidos.

A concupiscência da carne simboliza a vida dominada pelos desejos, com pouco respeito por nós mesmos e por outras pessoas, a ponto de usá-las como coisas.

A carne é a nossa natureza caída. São os impulsos e os desejos que gritam para ser satisfeitos. Estes desejos estão dentro do nosso coração. Segundo Augustos Nicodemus, a carne se refere aos desejos impuros, que incluem todos os pensamentos, palavras e ações não castos: fornicação, adultério, estupro, incesto, sodomia e demais desejos não naturais, quer à intemperança no comer e no beber, motins, arruaças e farras, bem como todos os prazeres sensuais da vida, que gratificam a mente carnal e pelos quais a alma é destruída e o corpo, desonrado.

Na idade média pessoas tentaram fugir dos desejos da carne se isolando em mosteiros, mas em nada resolveram o problema. Descobriram que o pecado não está apenas do lado de fora, mas está, sobretudo, do lado de dentro, em nosso coração. O sistema do mundo é a vitrine que busca satisfazer os desejos da carne.

A questão é quem está no controle de nossas vidas: O Espírito ou a carne, pois até coisas boas em si mesmas podem ser pervertidas quando nos controlam: comer não é um mal, mas a glutonaria sim. O sexo não é um mal, mas a imoralidade sim. O sono não é um mal, mas a preguiça sim... Quem controla você?

Concupiscência dos olhos

A concupiscência dos olhos são as tentações que nos atacam de fora para dentro. Aqui, falamos da tendência a deixar-nos cativar pela exibição externa das coisas, sem investigar os seus valores reais.

William Barclay diz que a concupiscência dos olhos é o espírito que não pode ver nada sem deseja-lo. É o espírito que crê que a felicidade se encontra nas coisas que pode comprar com o dinheiro e desfrutar com os olhos.

O sábio Salomão diz algo tremendo sobre a concupiscência dos olhos: “Não me neguei nada que os meus olhos desejaram; não me recusei a dar prazer algum ao meu coração. Na verdade, eu me alegrei em todo o meu trabalho; essa foi a recompensa de todo o meu esforço. Contudo, quando avaliei tudo o que as minhas mãos haviam feito e o trabalho que eu tanto me esforçara para realizar, percebi que tudo foi inútil, foi correr atrás do vento; não há qualquer proveito no que se faz debaixo do sol. Eclesiastes 2:10,11

O maior problema da concupiscência dos olhos é tentar fazer com que tentemos inutilmente preencher com coisas, pessoas e atividades o vazio que somente Deus pode preencher.

Os olhos são a lâmpada do corpo e as janelas da alma. Por eles entram os desejos. Eva caiu porque viu o fruto proibido. Ló viu as campinas do Jordão e for armando suas tendas para as bandas de Sodoma. Siquém viu Diná e a seduziu. A mulher de Potifar viu José e tentou deitar-se com ele. Acã viu a capa babilônica e arruinou-se, Davi viu Bate-seba e adulterou com ela e a espada não se apartou da sua casa.

Cuidado com os seus olhos. Se eles o fazem tropeçar, arranque-os, porque é melhor você entrar no céu caolho do que todo o seu corpo ser lançado no inferno.

A soberba da vida

A palavra grega usada aqui é alazoneia. Essa era uma expressão que os gregos usavam para falar da postura de algumas pessoas em atribuir a si mesmas qualidades tremendas que eles não tinham. O alazon era o indivíduo que falava com forasteiros (ou seja, que não lhe conheciam) sobre frotas de barcos que na verdade não tinham, de grandes negócios quando na verdade não tinham nada de valor. Fala de amizades com reis que lhe pedem conselhos, sem conhece-los, de sua mansão, quando mora em um casebre... É a tentativa de impressionar as pessoas com imagem, com propaganda e propaganda enganosa. A figura melhor seria a do fanfarrão...

Então a alazoneia, jactância ou soberba é a vanglória com coisas externas como riqueza, posição social, inteligência, poder, beleza, joias, carros, vestuário. É a ostentação pretenciosa. É gostar dos holofotes. É o desejo de brilhar ou de ofuscar os outros com uma vida luxuriosa.

Existem pessoas que que sacrificam a própria integridade para ostentar poder, posses e honras. Quem vive dominado pela soberba da vida, vive num esforço absurdo em impressionar a todos os que encontra com a própria fictícia importância. Vivem de aparência, na busca desenfreada por reconhecimento, por tapinhas nas costas, por bajulação...

O mundo passa...

Quem vive amando o mundo e o que nele há, precisa saber que o mundo vai passar e toda a obra que foi feita nessa perspectiva passa junto... O que fica? Aquele que faz a vontade de Deus.

Quando John Rockeffeler, o primeiro bilionário do mundo, morreu, perguntaram para o seu contador no cemitério: Quanto o Dr. John Rockeffeler deixou? Ele respondeu de pronto: Ele deixou tudo; ele não levou nenhum centavo...

Na verdade guardamos e levamos o que não vemos, o que não apalpamos... o amor com o qual amamos, a santificação que buscamos, a vida eterna que recebemos pela fé.

Uma pessoa mundana vive para os prazeres da carne, mas um cristão vive para as alegrias do Espírito. Uma pessoa mundana vive para as coisas que pode ver, segundo o desejo dos olhos, mas um cristão vive para as realidades invisíveis de Deus. O homem, portanto, que se apega aos caminhos mundanos está entregando sua vida ao que, literalmente, não tem futuro.

Então...

Não há meio termo: ou amamos o mundo ou amamos a Deus; Ou somos movidos pela carne com os valores do mundo, ou somos movidos pelo Espírito com os valores do Reino.

Precisamos orar para que o Espírito Santo encha nossas vidas, de intimidade com o Senhor (oração). Precisamos da Palavra, pois somos limpos pela Palavra (estudo e reflexão). Precisamos nos cercar de pessoas que nos ajudem nesse processo (discipulado).

Que o Senhor nos ajude,
Pr. Giovani Zainotte


Bibliografia:

1,2 e 3 João: como ter garantia da salvação - Hernandes Dias Lopes - São Paulo: Hagnos

Bíblia Shedd - São Paulo: Vida Nova

Um Senhor ou um Provedor?

“Os homens que sabiam que suas esposas haviam oferecido sacrifícios aos deuses, que nem deuses são, acompanhadas de um grande grupo de mulheres, com praticamente todos que viviam em Patros, no Egito, responderam a Jeremias: “Não há nada para nós no que você afirma ser a Mensagem do Eterno. Vamos continuar oferecendo sacrifícios à Rainha do Céu e derramar ofertas de bebida a ela, mantendo as tradições estabelecidas pelos nossos antepassados, nossos reis e líderes nas cidades de Judá e nas ruas de Jerusalém, como nos bons tempos. Tínhamos uma vida boa na época, muita comida, prosperidade e alto padrão de vida. Mas, no momento em que paramos de sacrificar à Rainha do Céu e de derramar ofertas de bebida para ela, tudo desabou. Só temos enfrentado massacres e morte pela fome”. As mulheres complementaram: “Sim! É exatamente isso! Vamos continuar oferecendo sacrifícios à Rainha do Céu e derramando ofertas de bebida para ela. Nossos maridos não estão nos apoiando? Eles gostam quando fazemos os bolos na forma da deusa e derramamos nossas ofertas para ela”. Jeremias 44. 15-19

Quando for movido por minhas necessidades, sejam elas quais forem, estarei atrás de um provedor e não de um Senhor. Dessa forma, não importa quem, importa o que... Não importa sé é o Deus revelado nas Escrituras ou um ídolo, o que importa mesmo é o que receberei.

Essa lógica terrível move muitas pessoas hoje, incluindo igrejas e líderes religiosos que enchem suas “pregações” de ofertas, de promoções e as esvaziam de Evangelho... O resultado são pessoas que ficam até que uma nova demanda surja. Até que uma promoção melhor lhes seja oferecida. Até que um “produto” não lhes agrade mais. Então, outro provedor será procurado. “Mais é a rainha do céu!” Não importa:  “eu quero muita comida, prosperidade e alto padrão de vida”.

Ou buscamos um Senhor, que evidentemente é um provedor, ou nos venderemos na primeira oportunidade, declarando que não há nada para nós na Mensagem do Eterno e fazendo bolos para ídolos por aí...

Deus te abençoe
Pr. Giovani Zainotte