Deus trabalha em nós, antes de trabalhar através de nós.


Uma das melhores coisas é sermos usados pelo Senhor. Quem nunca viu um homem ou uma mulher cheio do Espírito sendo usado pelo Senhor e não pensou: “Gostaria de ser usado assim também”?

O mover de Deus é algo tremendo, não há coisa mais linda do que ver Deus curando, libertando, abençoando, salvando. Diante disso, muitos pedem: “Deus usa-me!”.

Mas infelizmente a vida de muitos não pode ser considerada um instrumento nas mãos do Senhor. Se eu fosse perguntar os motivos para muitos não se transformarem em instrumentos nas mãos do Senhor, muitas seriam as respostas. Mas eu quero trabalhar algo com você nessa noite. Escute com atenção: SE DEUS NÃO TRABALHAR EM VOCÊ PRIMEIRO, NUNCA VAI TRABALHAR ATRAVÉS DE VOCÊ!

Existem muitas coisas em nós a serem trabalhas pelo Senhor antes que Ele trabalhe através de nós. E aqui mora o perigo. Muitos de nós não estamos dispostos a deixarmos Deus trabalhar em nós. Isto porque Deus trabalhar em nós traz alguns conflitos, alguns desconfortos, e muita disposição da nossa parte.

Pensemos em algumas coisas que precisam ser trabalhadas em nós para que Deus nos use:

1. Nossa natureza pecaminosa precisa ser trabalhada.

A Bíblia diz que nós somos tendentes ao pecado. Em outras palavras, nossas atitudes naturalmente são inclinadas ao mal. Desde que o pecado passou a estar em nossa vida, nossas atitudes tendem a ser tortuosas. Não nos enganemos, somos levados a querer levar vantagem, a mentir, a caluniar, e a outras coisas às vezes piores. Somente se formos alvos do agir de Deus é que poderemos ser guiados pelo Espírito tendo atitudes diferentes.

Um exemplo bíblico disso é a vida de Jacó. Alguns estudiosos dizem que seu nome pode ser traduzido por “o agarrador de calcanhar”, outros falam ainda de “o usurpador”, ou “enganador”, seja como for, todos estes nomes apontam para a vida levada por Jacó. Sua história é a de um homem desonesto, que em todo o tempo busca levar vantagens, um homem vivendo o ápice de sua essência pecaminosa. Um dia ele tem um Encontro com Deus em Peniel (Gn. 32. 22-32), Deus trabalhou em sua vida, e ele não se chamou mais Jacó, mas Israel príncipe de Deus. O domínio do pecado na vida de Jacó foi vencido naquele momento.

Assim, para Deus trabalhar através de nós, primeiro Ele terá que trabalhar em nós, em nossa natureza pecaminosa, fazendo com que o domínio do pecado seja quebrado.

2. Nossas emoções precisam ser trabalhadas

Impressiona-me o número de pessoas feridas em suas emoções, inclusive dentro da igreja. Gente que viveu experiências de rejeição, de abandono, de traição, de injustiças, de abusos e que nunca foram curadas disso.

Tais pessoas exalam a enfermidade de suas emoções em variados momentos, desde os mais simples até situações mais complexas. Você conhece pessoas que passam odiar a outras se a data de aniversário for esquecida, se não receber a atenção que queria, se não tiver seu nome citado, se as coisas não acontecerem da forma como ela acha melhor? Pois é, esses são sintomas de doenças emocionais, de situações mau resolvidas.

Um exemplo bíblico disso é Jonas. Quando mandado para Nínive pelo Senhor, ele se recusou. Sabe o motivo? Ele sabia que se pregasse, o povo de Nínive se converteria, e Deus não os destruiria, e ele odiava aquele povo, e não queria que se salvassem. Olha aí o sintoma de feridas emocionais completamente abertas. Necessário foi que Deus o levasse ao ventre de um grande peixe para tratá-lo, pois para Deus trabalhar através de nossas vidas, primeiro ele precisa trabalhar na nossa vida, nas nossas emoções.

3. Nosso caráter precisa ser transformado

O dicionário Aurélio define caráter como sendo o conjunto de qualidades (boas ou más) que distinguem (uma pessoa, um povo); traço distintivo; Formação moral, honestidade/ Marca, cunho, impressão.

Infelizmente, as igrejas estão cheias de pessoas manifestando desvios de caráter. Gente age com falsidade, com dupla personalidade, gente sem palavra, que não honra seus compromissos. Gente que deixa marcas negativas.

Cristo quer que seus seguidores tenham o seu caráter. O termo cristão, nasceu não com os seguidores de Cristo, mas com aqueles que não eram da fé, mas ao verem os seguidores de Cristo, os designaram cristãos, que quer dizer pequenos cristos. Tal designação surge então da prática de pessoas que manifestavam o caráter de Cristo em suas vidas.

Um exemplo bíblico de alguém que precisou ser confrontado em seu caráter é o próprio Simão, que achava que podia comprar o poder de Deus.

Outro bom exemplo era Pedro, que demonstrou desvio de caráter ao negar Jesus logo após declarar que estaria com ele até a morte.

Conclusão:

Certamente existem muitas outras coisas a serem trabalhadas em nossas vidas, e o Espírito Santo é quem vai nos trazendo revelação de tais coisas. Mas nessa noite um bom começo pode ser dado. Deixe Deus trabalhar em sua vida, para que então Ele possa trabalhar através de sua vida.

Deus nos abençoe,
Rev. Giovani Zainotte

Ser Discípulo


Na Bíblia, discípulo fala do aluno de um mestre, ou em sentido mais amplo, qualifica os adeptos de um líder ou de uma tendência religiosa. O traço próprio do discípulo é seguir a Jesus (Mt. 8. 22; 10. 38; 19. 27; Mc. 9. 38)

Durante todo o ministério de Jesus, Ele preocupou-se em deixar dicas, pistas sobre o que necessitavam ter e ser os que quisessem ser seus discípulos.

Após recrutar seus discípulos, Jesus lhes confia uma missão que inclui:

I. Fazer discípulos (Mt. 28. 19): Jesus procura instruí-los sobre as responsabilidades de um discípulo e suas obrigações, afim de que estes pudessem ser futuramente discipuladores de outros, para que a mensagem da Boa Nova fosse continuamente transmitida. Podemos dizer que este objetivo de Jesus foi alcançado, pois hoje, muitos anos depois, fomos alcançados pela mensagem de Cristo. Esta missão continua valendo, quando dizemos que queremos ser discípulos, estamos assumindo a missão de fazermos novos discípulos, levar a mensagem de Cristo a outras pessoas, para que todos creiam que Jesus é o Senhor.

II. Guardar os ensinamentos de Jesus (Mt. 28. 20): Esta é uma das grandes funções de um discípulo: preservar a mensagem de seu mestre. Tudo aquilo que Jesus ensinou tem que ser preservado e multiplicado por seus discípulos, além é claro de ser praticado.

Esta é a missão! Porém esta não pode ser feita de qualquer maneira, de qualquer jeito, existem condições, normas e quem que ser discípulo tem que se adequar a estas condições. Nos ensinos de Jesus existem muitas destas normas, mas veremos apenas doze, uma para cada discípulo, tendo como objetivo podermos viver em conformidade com estes princípios e sermos discípulos dos tempos atuais.

Condições:

I. Dispostos a mudar de vida (Mt. 4. 19-20; 16. 24): Pedro e André são convidados a deixarem de pescar peixes para pescar homens. Era uma mudança radical, mudança esta que todos aqueles que conhecem a Jesus tem que passar, não existe discipulado sem o “negar-se a si mesmo” sem a mudança de mente, sem o novo nascimento. Temos que ter a consciência que ser discípulo é mudar, é transformar-se é renovar-se.

II. Tem que ser um(a) abençoador (a) (Mt. 5. 13-16): Por onde Jesus passava ele mudava a vida das pessoas. Ninguém ao encontrar-se com Cristo era a mesma pessoa. É natural que Ele queira que seus discípulos sejam também assim, abençoadores, que façam a diferença, que iluminem e dêem sabor àqueles com que se encontrem. Não se pode entender um discípulo de Jesus que não seja um abençoador, um portador de Boas Novas de Salvação.

III. Não pode ser apegado(a) a coisas materiais (Mt. 8. 20; 19. 16-22): Jesus era alguém que tinha como riqueza maior o Reino de Deus. Alguém preso a bens materiais desvalorizará a missão de Cristo em detrimento dos bens. O jovem rico cumpria a todos os requisitos exigidos por Jesus, menos o do desprendimento das coisas materiais. É interessante que não são só os “ricos” que sofrem este problema, pois a questão não é de valor, mas sim de prioridade. “Porque onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração”. Mt. 6. 21. O coração do discípulo tem que estar em seu Mestre.

IV. Tem que ter como prioridade Jesus e seu Reino (Mt. 8. 22; 6. 33): Novamente o que está em jogo é o que é mais importante. Quando Jesus proíbe o discípulo de sepultar seu pai, Ele não coloca em cheque a importância da família, apenas deixa claro, que antes de qualquer coisa está o Reino de Deus. Seguir a Cristo é o mais importante, é o essencial. Quando cuidamos das coisas de Deus, Deus cuida das nossas coisas, nos acrescenta tudo. Se não priorizamos Deus em nossas vidas não podemos ser chamados discípulos.

V. Tem que ser cheio(a) de fé (Mt. 8. 26): A Bíblia diz: “Ora, sem fé é impossível agradar a Deus; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam.” (Hb 11. 6) Entendemos que não se pode ser discípulo de alguém sem agradá-lo. Jesus por várias vezes repreendeu seus discípulos por serem “homens de pequena fé”, Cristo não concebia pessoas sem fé, pois Ele é fonte de fé, de esperança, quem o segue tem de beber desta fonte.

VI. Tem que ser trablhador(a) (Mt. 9. 37): Jesus era um trabalhador, ele diz: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também.(Jo 5. 17). Seu ministério foi marcado pelo esforço, pela dedicação. Não é de se estranhar que Ele queira discípulos que se doem, que se entreguem por completo na Grande Seara, que estejam convictos que em sendo a Seara grande e os trabalhadores poucos, quem aceitar a missão terá que se dedicar muito. Não há lugar para discípulos preguiçosos, descomprometidos.

VII. Tem que ter paixão pelas almas (Mt. 10. 6): Jesus é, na linguagem bíblica, ao mesmo tempo pastor e ovelha. Ele é o pastor que ama tanto as suas ovelhas, o seu rebanho que é capaz de se transformar em ovelha, muda diante de seus tosquiadores para servir de sacrifício vivo por elas. Sendo assim, Cristo exige discípulos que tenham esse mesmo amor pelos perdidos, por aqueles que ainda não “encontraram os seus altares”, pelos perdidos da casa de Israel. O discípulo de Jesus sofre ao ver perdidos, e se alegra ao ver o milagre da salvação, se colocando a disposição para ser canal desse milagre.

VIII. Tem que estar preparado(a) para as adversidades (Mt. 10. 16, 17, 38): Seguir a Jesus é seguir um vencedor, mas quem vence, vence algo, não há vitória sobre o nada. O Jesus ressuscitado é o mesmo humilhado e morto em uma cruz. O discípulo de Jesus tem que saber que vai passar, mesmo seguindo a Jesus, por muitas lutas, que não viverá em um mar de rosas, porém é claro que ele não será derrotado, Jesus o socorrerá.

IX. Tem que ter humildade (Mt. 10. 24): O verdadeiro discípulo trabalha não para seu próprio reconhecimento, mas para o reconhecimento de seu mestre. Ele sabe que tudo o que ele aprendeu foi o mestre que lhe ensinou, e sua felicidade é poder refletir a sabedoria de seu grande professor. O discípulo de Jesus crê piamente nas palavras de Jesus: “Eu sou a videira; vós sois as varas. Quem permanece em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (Jo. 15. 5).

X. Tem que estar em plena sintonia com o discipulador, com o mestre (Mt. 16. 11): O verdadeiro discípulo sabe a maneira de agir e pensar de seu mestre, ele o conhece profundamente, pois tem intimidade com ele. O discípulo de Jesus conhece-o muito bem e entende perfeitamente o que Ele está querendo dizer, ainda que Ele fale por parábolas. O discípulo de Cristo busca condições de saber exatamente o que Ele quer, para cumprir com fidelidade sua vontade.

XI. Tem que ser alguém preocupado(a) com seu testemunho público (Mt. 18. 6-9): John Wesley enfatiza o testemunho dizendo que deveríamos estar sempre pregando e, em sendo necessário deveríamos usar palavras. Ou seja, nosso testemunho comunica muito mais que nossas palavras. Jesus sabendo muito bem disso adverte seriamente a que seus discípulos não sirvam de pedras de tropeço na vida dos outros, dando um bom testemunho. O discípulo que dá mal testemunho envergonha a seu mestre, pois ele o representa. "As pessoas podem duvidar do que você diz, mas acreditarão sempre no que você faz" (Ralph W. Emerson).
XII. Tem que ser cheio(a) do Espírito Santo (At. 1. 4-8): O Espírito Santo é vida, dinamicidade, é o combustível da Igreja. É Ele quem capacita o discípulo de Jesus a fazer a obra que lhe foi confiada com sucesso. Ele confirma a vontade do mestre (Jesus) no aluno, Ele avisa quando o discípulo está fazendo algo que o mestre não faria, Ele dá a ousadia necessária para que o discípulo represente bem a Cristo. Aquele(a) que não busca encher-se repetidas vezes do Espírito, distancia-se do mestre e perde a condição de discípulo.

Ser discípulo não é tarefa das mais simples, muitos descobriram isso logo após conhecerem Jesus e o abandonaram cedo. Esses se desprenderam de grandes responsabilidades e optaram por uma vida mais desregrada e obviamente mais fácil. Porém deixaram também o único que tem as “Palavras de vida eterna”, abandonaram o verdadeiro sentido de suas vidas, desviaram-se do verdadeiro caminho, da única verdade e da fonte de abundante vida.

Aos que abraçarem a causa, aceitarem ser discípulos verdadeiros, procurarem se enquadrar nas condições do mestre Jesus, muitas são as promessas, as recompensas, pretendo preparar uma outra reflexão com as promessas que Jesus fez aos seus discípulos, mas por enquanto deixo uma dessas promessas, quem sabe a maior delas, que somente os verdadeiros discípulos vão desfrutar: Não temas o que hás de padecer. Eis que o Diabo está para lançar alguns de vós na prisão, para que sejais provados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida” (Ap. 2. 10)

Que Deus nos ajude na caminhada como discípulos...
Um grande abraço,
Rev. Giovani Zainotte