A
epístola aos Gálatas, é escrita por Paulo entre os anos 48 e 58 d.C. Traz
informações históricas preciosas sobre a vida de Paulo e o tema central é
semelhante ao da epístola aos Romanos: a justificação pela fé. Judaizantes
estavam tentando convencer, precisavam ser circuncidados, ou seja, queriam
incutir leis e dogmas no lugar da Graça e fé.
Paulo
está sendo atacado, estão questionando sua apostolicidade. Estão a questionar
se ele tinha a mesma legitimidade de Pedro, João e os demais apóstolos. Por
isso, ele já abre a Epístola com a declaração de que o próprio Cristo o havia
designado como apóstolo antes de ele ter se encontrado com os outros apóstolos.
A
declaração de Paulo é forte e imprescindível: seu apostolado não é plano de
homens, nem foi conquistado através da influência de algum homem, mas vem de
Deus.
Absorvemos
em nosso chamado, em nossa função, em nossa vida as características daqueles
que estão por trás delas... Quando a autoridade que temos nos foi conferida vem
de Deus, temos nela características de Deus, mas quando nos é conferida por
sistemas e conchavos humanos, por vontade de homens, sejam eles quem forem,
então ela vem acompanhada de características humanas.
Um
chamado, um ministério, uma vida que tem respaldo em homens tem algumas
características em comum:
1.
Temporalidade. Impérios humanos passam, homens fortes
morrem, obras feitas por mãos humanas acabam. O que construímos sem poder dizer
que foi Deus quem fez, é também temporal. Pode ser grande e vistoso hoje e não
mais existir amanhã. Em contrapartida, aquilo que fazemos debaixo da unção do
Senhor, respaldado por Ele, é, assim como ele, ETERNO. Um ministério é eterno,
pois seus frutos não cessam com a morte de quem o desenvolveu, um chamado é
eterno, pois deixa legado a ser ouvido pelas gerações futuras.
2.
Circunstancial. As obras humanas e o homem em si,
dependem muito das circunstâncias ao seu redor. Impérios, personalidades,
aparecem e somem de acordo com várias circunstâncias. Aquilo que fazemos em
Deus, permanece, independente do que esteja acontecendo ao nosso redor. Essa é
a realidade do Sl. 91.7. O cenário é de guerra ao redor, mil caindo de um lado,
dez mil de outro, mas aquele que tem a vida escondida no esconderijo do
altíssimo, não está sendo atingido. Ou seja, seu estado não é afetado pela
guerra ao redor, há algo maior e muito mais determinante agindo na vida dele: A
presença e o propósito de Deus!
3.
Movimento baseado em interesses pessoais. Homens vivem na busca de seus próprios
interesses. “Farinha pouca, meu pirão
primeiro”, já diz um dito popular triste, mas real ao descrever como
funciona o coração do homem. Por isso vemos tantos ministérios que existem e se
movem única para locupletarem-se, para suprir necessidades pessoais. Por isso
vemos casamentos que acabam, na medida em que cada um buscou seu interesse e
esqueceu de quem estava ao lado... Mas a Bíblia ensina que na dinâmica do Reino
de Deus, maior é o que serve! Quando nosso ministério vem de Deus, nosso desejo
é serví-lo, quando nosso casamento vem de Deus, nossa intenção é fazer o outro
feliz, quando nossa vida é dirigida por Deus, vivemos para servir a Deus e a
pessoas.
4.
Fragilidade. Homens são frágeis. A imagem bíblica do
homem como vaso de barro dá-nos uma dimensão perfeita dessa fragilidade. Por
mais belo e imponente que seja um vaso de barro, um simples tombo, de uma
pequena altura, o reduz a cacos... Assim são ministérios, casamentos,
relacionamentos respaldados por homens, por mais belos, abrangentes, impactantes
que se tornem, caem e quebram. Mas aqueles firmados em Deus, permanecem, pois
estão sustentados nas mãos de Deus.
Enfim,
refletimos objetivamente sobre a importância da declaração de Paulo de que seu
apostolado não era da parte de homens, nem por intermédio de homem algum.
Se
fosse, talvez hoje não conheceríamos a história dele, não teria tido o alcance
que teve. Não perduraria por tantos séculos...
Quanta
gente não permanece na fé crista? Quantos casamentos não duram? Quantos
projetos terminam? Tudo por que, na maioria das vezes foram fruto de vontade,
intervenção e direção de homens. Influência e poder que tanto nos fascinam,
enganos e desmandos de nosso coração, vontades não dominadas de nossa carne e
por aí vai...
Como
seria bom, se eu e você pudéssemos olhar para nossa vida e dizer: Meu
ministério, minha profissão, meu casamento, minha família, não da parte de
homens, nem por intermédio de homem algum, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai!
Que
esse seja nosso objetivo, que para isso nos esforcemos, lutemos...
Deus
nos abençoe,
PR.
Giovani Zainotte