Após uma sexta e um sábado, sempre vem um domingo...


É tempo de nos reunirmos para celebrarmos a vitória adquirida por Jesus na Cruz do Calvário, percorreremos um pouco dos três dias cruciais de Jesus em sua obra de salvação segundo a tradição cristã.

O primeiro dos três dias é a sexta-feira. Na sexta-feira, Jesus foi humilhado, envergonhado (vers. 29). Na sexta-feira Jesus sentiu dor, foi torturado duramente, foi machucado. Na sexta-feira Jesus foi injustiçado, nem o próprio Pilatos conseguiu uma acusação boa o suficiente para crucifica-lo, mas vítima da injuria, da injustiça, Ele foi condenado. Na sexta-feira Ele sentiu-se só, abandonado, sozinho. Na sexta-feira Jesus passou pela experiência mais assustadora para o ser humano: a morte.

Pode ser que nós estejamos vivendo uma sexta-feira da paixão em nossas vidas.

Pode ser que estejamos vivendo a sexta-feira da vergonha, humilhados por alguma situação que estamos passando, envergonhados, sendo escarnecidos por pessoas, às vezes até amigos ou parentes.

Pode ser que estejamos vivendo a sexta-feira da dor, que pode ser até física, mas acima de tudo a dor da alma, que não pode ser amenizada por medicamentos, por ervas medicinais, mas que doe terrivelmente. Feridas abertas na alma, fruto de experiências amargas, dores que causam mais sofrimento do que qualquer dor física.

Pode ser que estejamos vivendo a sexta-feira da injustiça, caluniados, injustiçados, acusados das coisas mais injustas, mal interpretados. Como Jesus, punidos sem ter uma causa, uma culpa.

Pode ser que estejamos vivendo a sexta-feira da solidão, sentindo-nos abandonados, isolados. Sentindo a agonia de não enxergar em ninguém a presença reconfortante que tanto precisamos. Passando pela experiência de ter como confidente somente nosso travesseiro.

Pode ser que estejamos vivendo a sexta-feira das trevas. O texto bíblico fala que durante um período houve trevas em toda terra. Pode ser que não consigamos enxergar a famosa “luz” no fim do túnel, que estejamos perdidos, sem saber para onde ir, para onde olhar.

Pode ser que estejamos vivendo na sexta-feira da morte, talvez não física, mas morte de nossa esperança, de nossos sonhos, de nossa fé, de nossos relacionamentos, de nossos casamentos, de nossa família.

Mas pode ser que nossa realidade seja a do sábado. Depois da sexta-feira dolorosa, o sábado começa, e com ele chega o medo, vivenciados pelos discípulos, que a qualquer momento poderiam ser presos e também mortos por serem seguidores de Jesus. Vem também a frustração, depois de anos seguindo a Jesus, deparam-se com a morte do Mestre, parecendo inclusive que foram enganados, que tomaram uma decisão equivocada. E tudo isso gera uma série de incertezas em relação a um futuro aparentemente diferente do que foi prometido por Jesus.

Pode ser então que estejamos vivendo o sábado do medo. Tantas situações que nos cercam e que podem estar nos enchendo de pavor. Quem sabe estejamos paralisados, sem ação exatamente por estarmos dominados pelo medo.

Pode ser que estejamos vivendo o sábado da frustração. Planos que fracassaram, idéias que pareciam ótimas, ms que sem explicação tornaram-se fracassos. Alvos, metas, objetivos que em um momento encheram-nos de expectativas e moveram nossas vidas, mas que agora são apenas coisas a serem esquecidas.

Pode ser que estejamos no sábado das incertezas. Se há algo que nos assusta é o futuro tão cheio de incertezas. Pode ser que nossas mentes estejam cheias de questionamentos, de indagações, difíceis de serem respondidas. E é realmente muito difícil lidar com esses questionamentos, com estas incertezas. É terrível olhar para o amanhã e ter o coração cheio de dúvidas.

Mas a Bíblia nos fala que houve um domingo (Cap 28. 1-6). Jesus venceu a vergonha, venceu a dor, a solidão, a injustiça, as trevas, a morte, o medo, a frustração, as incertezas, ELE RESSUSCITOU!

E hoje somos convidados a crer que ainda que estejamos vivendo uma sexta-feira da paixão, ou um sábado de interrogações, os primeiros raios de sol do domingo da ressurreição começam a aparecer. Somos convidados a ouvir o som do “galo” que anuncia a chegada de um novo dia.

O domingo da ressurreição está chegando, e com ele a ressurreição de nossa esperança, de nossos sonhos, de nossa fé, de nossa paz, de nossos relacionamentos, de nossa alegria. Enfim, de todas as áreas de nossas vidas, que assim como Jesus podem um dia ter morrido. A ressurreição de Jesus nos traz uma certeza: Ele é a ressurreição e a vida, aquele que Nele crê, ainda que morra viverá. Ele já venceu a morte em todas as esferas.

Desfrutemos desse domingo em nome de Jesus,
Pr. Giovani Zainotte

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