Um clamor por Avivamento


“Ouvi, SENHOR, a tua palavra, e temi; aviva, ó SENHOR, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos faze-a conhecida; na tua ira lembra-te da misericórdia”. Habacuque 3:2

Estamos abrindo um tempo que creio será muito precioso para todos nós, para a vida de nossa Igreja. Nos próximos dois meses estaremos envolvidos em um clamor por avivamento”. Mas por que trabalhar esse tema? Por que precisamos de um avivamento?

A realidade da Igreja hoje.

O último censo apresentado pelo IBGE apresentou-nos números extremamente significativos. Passamos de 15,4% para 22,2% da população brasileira, o que corresponde a mais de 40 milhões de evangélicos no Brasil. Quando olhamos esses números podemos em primeiro momento ficar empolgados, mas quando olhamos a realidade desses mais de 40 milhões de evangélicos o sentimento é de profunda tristeza. Vejamos alguns motivos para essa tristeza:

# Uma Igreja conformada demais com os valores deste século.
·         Jovens crentes “mundanos” demais – Diferente de Daniel e seus amigos, que mesmo na Babilônia, “escolheram firmemente não se contaminar com as iguarias do rei”, muitos jovens cristãos hoje estão vivendo conforme a moda mundana dita. Relacionamentos mundanos (ficar, pegar, sexo antes do casamento, gravidez indesajada); vocabulários mundano (ao conversar com muitos deles, talvez nunca digamos que são cristãos); Piriguetes gospel (moças que tem ou dizem ter o Espírito Santo em suas vidas vestindo-se como “piriguetes”) e muitos outros pontos que descaracterizam um jovem cristão.
·         Ética mundana (crentes tentando chegar aos seus objetivos das mesmas formas que mundanos, jeitinhos que infelizmente são tão falados entre nós brasileiros)

# Crentes “vivos” demais.
Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis. Rm. 8.13

Sabendo isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado.  Romanos 6:6

Mortificai, pois, os vossos membros, que estão sobre a terra: a prostituição, a impureza, o afeição desordenada,a vil concupiscência, e a avareza, que é idolatria; Pelas quais coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência; Nas quais, também, em outro tempo andastes, quando vivíeis nelas. Colossenses 3:5-7

Estamos vendo uma Igreja viva demais e não com a vida de Deus. Mas o velho homem, que deveria estar mortificado, crucificado com Cristo vivo demais. Crentes mentirosos, murmuradores, facciosos, rebeldes, etc. Crentes com seu “velho homem” vivo e extremamente atuante.

# Uma Igreja fria

Não estou entrando em questões de forma de culto. Se um culto mais ou menos barulhento ou coisa parecida. O “fria” aqui aponta para a falta de fervor na busca pelo Senhor. Uma Igreja que ora pouco, que não conhece a Palavra, que esqueceu o jejum, que não sobe mais a montes, que não chora mais na presença do Senhor.

# Uma Igreja sem paixão por almas

 Wesley disse algo que parece difícil demais para a Igreja atual compreender: “Vocês não tem nada a fazer a não ser salvar almas, então gaste e seja gasto neste trabalho, não é o nosso negócio pregar várias vezes por dia ou cuidar deste ou daquele grupo ou ministério, mas sim salvar quanto mais almas pudermos: trazer quanto mais pecadores ao arrependimento e com todo seu poder edificá-los em santidade sem a qual não podemos ver a Deus”.
Parece que a Igreja hoje não pensa mais nisso, não chora mais diante dos perdidos, não se gasta mais nessa obra.

# Uma Igreja sem paixão pelo Senhor

Por tudo o que já falamos fica difícil dizer que essa Igreja está apaixonada pelo Senhor.  “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele”.  João 14:21

A Igreja atual sofre por um distanciamento tremendo dos propósitos de Deus. Leonard Ravenhill disse algo que nos faz perder o sono: A verdade nua e crua é que estamos tão envolvidos com a terra que não temos nenhuma utilidade para o reino do céu.” 

Por conta desses e de outros motivos que poderíamos refletir, o clamor de Habacuque precisa ser o nosso clamor hoje! Aviva Senhor a tua obra! Lava nossas vestes, não queremos ser uma noiva suja, maculada.

Assim, durante esses dois meses creio que o Espírito de Deus nos trará muitos ensinamentos, caminhos que podem nos conduzir ao Avivamento genuíno. Princípios para que a vida de Deus se manifeste em nós e através de nós. Nesse início que propor um tripé necessário. Os mais básicos princípios, mas inegociáveis para quem quer experimentar a vida de Deus.

# Quem quer avivamento precisa de Oração

Leonard Ravenhill diz que “a estatura espiritual de um crente é determinada pelas suas orações”.  O Rev. John Berridge, contemporâneo de Wesley disse que “todo declínio espiritual começa com a negligência da oração. Nenhum coração pode desenvolver-se bem sem muita comunhão íntima com Deus; não existe nada que possa compensar a falta dela”. Como a Igreja tem negligenciado a oração! Estamos ocupados demais para orar, nervosos demais para um tempo a sós com Deus. É verdade, parece impossível parar e ficar um tempo em silêncio na presença do Senhor.

Novamente cito Leonard Ravenhill ao dizer que “o pastor ou crente que não ora está se desviando”, diz ainda que “Se fracassamos na oração, fracassaremos em todas as frentes de batalha”. Não nos chama a atenção que Jesus tenha passado tanto tempo de seu ministério orando? Era o que ele fazia em seus nos primeiros instantes de seu dia, era o que fazia antes de dormir, era o que fazia em momentos especiais, retirando-se para estar com o Pai. Quantos crentes ansiando viver uma vida cheia do poder de Deus, de unção, de milagres, cheias dos “mistérios” de Deus, mas negligenciando sua vida de oração! Se não orarmos não veremos a manifestação do poder de Deus!

# Quem quer avivamento precisa da Palavra

Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração”. Hebreus 4:12

Acho que nunca se negligenciou tanto o estudo das Sagradas Escrituras quanto nos dias de hoje. Não sou tão antigo na Igreja assim, mas ainda sou de um tempo em que se participava de animados “galopes bíblicos”. Hoje se fôssemos fazer tal brincadeira, na primeira, ficaríamos sem paciência. Como é comum percebermos crentes com já algum tempo de igreja procurando livros do novo testamento no antigo e vice-versa!

Será que temos pensado que conhecer a Bíblia é uma opção pra o cristão? Será que temos pensado que não é tão importante assim lê-la? Não existe avivamento que não passe pela Palavra! Aliás, é por falta de conhecimento Bíblico que alardeamos números que impressionam, mas nada produzem. Porque as pessoas estão sim nas igrejas, mas guiando suas vidas pelo que acham bom, pelas suas próprias conclusões da vida! Não é assim que Deus manda. Sua Palavra é o instrumento pelo qual somos limpos, lavados, direcionados. Foi-se o tempo em que o cristão olhava pra sua Bíblia como uma bússola para guiá-lo pelas estradas da vida!

# Quem quer avivamento precisa de Santidade

‎"Não existem atalhos para a santidade. Jesus Cristo ressuscitou porque experimentou a cruz, não porque passou ali por perto". Leighton Ford

Como temos perdido batalhas por mantermos “coisas” escondidas debaixo de nossas tendas como fez Acã! Quando o pecado em nossas vidas deixa de ser acidente e torna-se prática, um caminho contrário a Deus é aberto diante de nós. John Wesley tem um sermão com nome muito sugestivo, “Os quase cristãos”, na introdução deste sermão ele diz: “desde que apareceu no mundo a religião cristã, sempre houve muitos, em todas as épocas e nações, que quase chegaram a ser persuadidos a se fazerem cristãos.” A falta da santidade gera muitos quase cristãos. Pessoas que podem cumprir rituais religiosos, que podem ser assíduas nos cultos, que podem ser até ativas, mas que escondem lepras debaixo de suas capas, de suas fardas como acontecia com Naamã, e, “Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça”. Isaías 59:2

“Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor”. Hebreus 12:14. Queremos desfrutar da presença de Deus cheios de pecados, achando que Deus vai ignorar tal fato. Não vai! E a Graça? A Graça nunca foi e nunca será salvo conduto para uma vida no pecado. Devemos sempre nos lembrar do que lemos em Js. 3.5: “Disse Josué também ao povo: Santificai-vos, porque amanhã fará o SENHOR maravilhas no meio de vós.” Josué 3:5

AVIVAMENTO. Gostamos muito dessa expressão. Basta um culto ser mais “barulhento”, “animado” e lá estamos nós bradando animados: “O avivamento chegou!” Faço minhas as palavras do Bispo Paulo Lockmann em recente carta aos pastores: “Falamos de avivamento, mas não o temos; temos sim animação, mas não avivamento. ” e ainda outra frase do já tão citado Leonard Ravenhill: “As pregações de hoje, com sua falha interpretação das verdades bíblicas, nos levam a confundir agitação com unção, e comoção como avivamento

Começamos hoje uma jornada de oração, reflexão, lágrimas por um genuíno avivamento! Que Deus nos ajude, que sua Graça nos alcance e que façamos aquilo que por muito tempo adiamos, empurramos, negligenciamos, para que realmente experimentemos a vida de Deus!

Deus nos abençoe,
Pr. Giovani Zainotte

Comentários

  1. Muito real esta mensagem , foi edificante para minha vida.

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