A diferença entre multidão e discípulo Mt. 7. 24-28



O texto lido faz parte de uma porção maior das Sagradas Escrituras. Ele constitui o famoso Sermão do Monte, o primeiro dos cinco grandes sermões de Jesus no Evangelho de Mateus. Mas sobre este sermão comentaremos mais tarde, permita-me agora falar um pouco sobre os ouvintes deste sermão.


Desde o início, o Cristianismo foi marcado pelas multidões. Mesmo sendo alvo de tantas controvérsias, Jesus sempre esteve cercado por multidões. São inúmeras as passagens que apresentam tal fato.
           
Em Mateus 4:25, por exemplo a Bíblia nos diz o seguinte: “E da Galiléia, Decápolis, Jerusalém, Judéia e dalém do Jordão numerosas multidões o seguiam.”

Às vezes as multidões seguiam Jesus por causa de curas que Ele operava, como por exemplo, quando curou um paralítico na cidade de Cafarnaum (Mt. 9), o versículo 8 diz: “Vendo isto, as multidões, possuídas de temor, glorificaram a Deus, que dera tal autoridade aos homens.”

Outras vezes por causa de exorcismos que Jesus fazia como, por exemplo, em Mt. 9. 32-33 que diz: “Ao retirarem-se eles, foi-lhe trazido um mudo endemoninhado. E, expelido o demônio, falou o mudo; e as multidões se admiravam, dizendo: Jamais se viu tal coisa em Israel.”

Às vezes seguiam a Jesus até para ter pão, uma vez que o viram multiplicando o alimento.

Somente uma vez, a multidão seguiu Jesus para o adorar. Foi na Entrada Triunfal de Jesus em Jerusalém (Mt. 21), quando as multidões jogavam plantas e roupas pelo caminho de Jesus e clamavam: “Hosana nas alturas, bendito o que vem em nome do Senhor, Bendito nas alturas”.

Porém uma multidão também prendeu Jesus, e uma multidão escolheu Barrabás para ser solto, ou seja, uma multidão matou o Filho de Deus. Penso que naquela multidão de pessoas que escolheram Barrabás deveriam estar alguns dos que Jesus curou, libertou, alimentou.

O fato é que Jesus sempre foi seguido pelas multidões, e depois de sua morte, as multidões não abandonaram o Cristianismo. Pedro em um sermão viu 3000 almas se convertendo de uma única vez. Paulo falou a multidões. Mesmo quando a igreja foi perseguida, não deixaram de ver multidões, que fossem para matá-los.

E nos dias de hoje não é diferente, multidões continuam cercando o cristianismo. Billy Grahn encheu muitas vezes o Maracanã em suas cruzadas, O Diante do Trono onde se apresenta arrasta milhares e milhões de pessoas. Os templos evangélicos estão super lotados em todas as partes do Brasil e do mundo. As multidões continuam presentes na historia do cristianismo.

Mas voltemos ao texto bíblico. Como vimos o texto que serve de tema para os irmãos é parte do Sermão do monte. Jesus, cercado pelas multidões começa a trazer uma série de ensinamentos. Por exemplo:

·         Obediência (Jesus fala sobre juramentos, vingança, amor ao próximo);
·         Conduta: O crente e o testemunho público; Quem o segue precisa ser luz do mundo e sal da terra;
·         Devoção: O crente e a discrição, ao falar sobre  Esmola – Oração – Jejum;
·         Confiança em um Deus provedor (Não andeis ansiosos...);
·         A prioridade do Servo de Deus (Buscai em primeiro lugar);
·         Relacionamento: Não somos juízes – Não somos perfeitos;
·         O incentivo a oração (Pedi e dar-se-vos-á).

Enfim, Jesus trás muitos ensinos ao povo, mas o que nos chama atenção é o final do sermão. Na última parte do sermão, Jesus traz três momentos de decisão para a multidão.

Primeiro Ele fala sobre duas estradas (Mt 7. 13ss). Todos têm dois caminhos possíveis: Um é largo e espaçoso, porém leva a perdição. O outro é estreito, porém conduz à vida. No primeiro caso, muitos são os que passam por tal caminho, no segundo, o número é bem pequeno.

Depois Jesus fala sobre dois tipos de árvores (Mt. 7. 15ss). A boa árvore que produz bons frutos e a má árvore que produz maus frutos. E Jesus diz que pelos frutos se conhece a árvore.

E por último o texto que serve de tema dos irmãos: Existem dois fundamentos (Mt. 7. 24ss). Casas construídas sobre a rocha e casas construídas sobre a areia. As construídas sobre a rocha resistem às intempéries da vida; as construídas sobre a areia na primeira adversidade são destruídas.

Mas por que Jesus termina seus ensinamentos trazendo três momentos decisivos para seus ouvintes? Depois de tantas coisas bonitas, de tantos ensinos,
Jesus coloca seus ouvintes “contra a parede”.

O motivo é que aqui está a diferença entre a multidão e o discípulo. Jesus curava enfermos, mas nunca se apresentou como um curandeiro; Jesus expulsava demônios, mas nunca se apresentou como “o exorcista”; Jesus fazia coisas fantásticas, mas nunca se intitulou de “pop-star”. Jesus se apresentava como Filho de Deus, como Messias, como Senhor. A multidão está atrás do curandeiro, do exorcista, do pop-star, o discípulo está atrás do mestre, do Senhor, do seu Salvador.

Nos dias de hoje a questão é a mesma, multidões continuam correndo atrás de sinais, continuam correndo atrás de curas, de visões, de revelações, de milagres, mas sem se importar em fazer a vontade de Deus. Querem ver show, mas não querem praticar os ensinos de Jesus.

No final do sermão do monte um incômodo aparece para a multidão. Pois para passar no caminho estreito e ter vida, só praticando os ensinos que Jesus estava transmitindo, para ser uma boa árvore e dar bons frutos, só adubando a terra com as Palavras de Jesus, para construir sobre a rocha, só ouvindo e praticando as palavras do mestre.

Os olhos humanos de Jesus viam a multidão, os olhos espirituais procuravam discípulos.

Vemos em João no cáp. 6 que muitos discípulos abandonaram Jesus por acharem seu discurso duro demais, os versos 66-69 dizem: À vista disso, muitos dos seus discípulos o abandonaram e já não andavam com ele. Então, perguntou Jesus aos doze: Porventura, quereis também vós outros retirar-vos? Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna; e nós temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus.”

Quando Jesus morreu, a Bíblia diz que apenas alguns estavam tristes e confusos: os discípulos. As multidões estavam em suas casas como se nada tivesse acontecido, não estavam preocupadas, afinal de contas foi só mais um milagreiro que morreu. Só os discípulos sofriam, pois para Eles quem tinha morrido era o Senhor de suas vidas.

Nos dias de hoje, multidões enchem concentrações e templos, mas poucos pagam preço, poucos querem aprender de Jesus, poucos querem trilhar os caminhos do mestre. Jesus continua procurando pessoas que não o chamem apenas de “Aquele que Cura”, ou de “aquele que expulsa demônios” ou ainda “Aquele que faz milagres”, Jesus quer os que digam: “Tu és o Cristo o Filho do Deus Vivo”. Jesus continua procurando pessoas que sejam tão parecidas com Ele na sua forma de ser que sejam chamadas de cristãos (pequenos cristos). Jesus continua procurando pessoas que tenham o coração tão sincero que Ele possa dizer: “Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso”.

Você faz parte da multidão ou é um discípulo? Trilha o caminho largo ou o estreito? É uma boa ou uma má árvore? Tem sua vida edificada sobre a rocha ou sobre a areia? Lembre-se: Jesus virá buscar discípulos, pessoas aliançadas com Ele, e não a multidão!


Deus nos abençoe;
Pr. Giovani Zainotte

Comentários

  1. Muito boa explanação, gostei muito do estudo, edificante.

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  2. Muito bom o estudo, Deus te abenoe pastor.

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  3. Maravilha de estudo! Muitíssimo, obrigado!
    O Senhor Jesus, continue o abençoando.

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  4. Muito bom Deus abençoe , lembrando que o ladrão que estava na cruz ao lado de Jesus Cristo não era praticante dos seus ensinamentos ,mais se arrependeu verdadeiramente e jesus o santificou e ele foi salvo !!!!!! O que eu entendo disso é que pode levar o tempo que for pode ser no último minuto de vida se tiver arrependimento verdadeiro ainda que morra viverá!!! Deus abençoe a todos

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  5. Pastor,o texto é bem feito,porém,os que leem as escrituras e compara os discípulos de Jesus com os membros das igrejas, vai se deparar com um grande abismo.Jesus ao escolher seus discípulos o fazia com um critério bastante elevado,o padrão é tão elevado,que nos faz crer que o papel de multidão nos cai muito bem.A paz !

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    1. Sou Católico e apreciei muito o texto, o papel de multidão não nos cai bem... porque o senhor envia seus discípulos para fazerem discípulos entre as nações e não criar multidão de cristãos... o Céu não foi feito para os bons e sim para os santos, somos chamados a santidade e a santidade é amar, quando amamos a Jesus deixamos de segui-lo por interecesse como multidão, deixamos de seguir preceitos e mandamentos apenas, mas trasformamos tudo o que vem dele em sentido para a nossa vida... assim como disse Pedro somos convidados a repetir... "A quem iremos Senhor se só Tu tens palavra de vida eterna. Otimo texto pastor...
      Deus abençoe sua vida e seu ministério.

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  6. Eu chorei lendo eu sou um Discípulo E entendi perfeitamente, Todas as Dores que passamos por Nos parecermos com Jesus

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  7. Realmente o texto explica a diferença entre ser multidão e discípulo.
    Hoje em dia vemos muitas multidões, más caminhar com Jesus são poucos,tem que pagar o preço, discípulo é caminhar com Jesus o tempo todo.

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  8. GLORIA A DEUS,BENÇAO PURA

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